domingo, 27 de dezembro de 2009

To do list 2010

Pra começar a encarar que 2010 tá aí:

Em 2010 eu:

Da série projeto vida organizada:
- quero ser mais organizada, e ter uma casa arrumada - sem neuras, mas arrumada.
- quero pagar todas as minhas contas em dia (importante esta!)
- quero cuidar melhor das minhas roupinhas e não delegar tudo para a faxineira

Da série projeto verão de top
- quero fazer academia
- quero comer melhor, principalmente em casa
- quero conseguir fazer supermercado e me dar ao trabalho de comer as frutas que ele compra (q sempre me dão uma preguiiiiiça)
- quero tomar 2 litros de agua por dia
- quero continuar no empenho de ter pé e mão pintados e bem bonitinhos
- quero usar demaquilante sempre que eu passar maquiagem (grave isto!!)
- quero passar protetor solar no rosto todos os dias (mais grave ainda!)
- quero passar hidratante todos os dias

Da série amigas queridas do coração:
- quero continuar almoçando com a Ju sempre
- quero continuar vendo as meninas do Sedes, mesmo agora q terminou o curso
- quero rever algumas amigas q não vi este ano
- quero conserver e cultivar as velhas amigas, e fazer novas tb pq é gostoso!
- quero curitir muito os bebes das meninas q vem por aí  - assim já vou treinando!

Da série amores e delícias:
- quero viajar mais só com ele
- quero namorar mais, mais, mais e mais...
- quero ajuada-lo com alguns projetos que eu gosto: blog, twitter, escola de música...

Da série projeto pessoa culta e interessante:
- quero fazer formação em photoshop
- quero estudar história da arte
- quero fazer o curso de formação de escritores
- quero estudar mais fotografia
- quero estudar mais psicanálise
- quero ler mais livros de ficção
- quero ler mais livros de psicanálise
- quero ler mais
- quero ler mais frances também
- quero ir mais ao cinema
- quero ir mais a mostras e exposições de arte

Da série trabalhadora do Brasil:
- quero ter hora para sair do consultorio
- quero ter mais pacientes
- quero continuar com os meus pacientes de home care
- quero ganhar mais grana e trabalhar menos horas (quem não quer?)
- quero ter mais eventos pra fotografar
- quero parir o site de fotografia logo

Da série familia e famila a:
- quero passar mais tempo com meus avós
- quero sair mais com a minha irmã
- quero sair mais com os meus pais
- quero me meter menos nas coisas da minha irmã


Acho q por hora, tá bom, não tá não?

F.L. - que venha 2010

sábado, 26 de dezembro de 2009

Se tiver amor, eu fico!

To out faz tempo, mas é que tem tanta coisa acontecendo que não tive tempo pra respirar.

No clichê clássico do final do ano, vou repetir aqui que este ano passou muito rápido e acho que o natal não chegou. Ele me atropelou, isso sim! Um atropelo no bom sentido, pq se vc ainda não sabe, a segunda data mais esperada do ano é o natal, pra mim... [a primeira é o aniversário, mas já falamos disto este ano, e vamos falar no ano que vem e assim até eu deixar de fazer aniversário algum dia...!]

Na verdade meu caso de amor ultrapassa o natal e até mesmo o meu aniversário. Meu caso de amor é com as festas, com receber gente, com preparar a casa... adoro este coisa toda, o furor, o cheiro de comida saindo da cozinha, a bagunça, o caos no dia seguinte [ok, esta parte não], escolher os presentes pra que eles sejam pessoais e pra que vc saiba que eu pensei em vc quando o comprei... tudo isto me apaixona mesmo! Acho que isto é a minha porção de feminino mais rasgada e declarada. E não vejo a hora do natal ser na minha casa!!

E ano passado eu tive um natal de pesadelo. Um natal muito chato. Daqueles mais chatos de todos os tempos. E eu fiquei realmente muito triste, e desejei que nem fosse natal. E daí o reveillon foi assim também e parecia que 2009 seria um ano em que os muitos só estariam acompanhados dos chatos, tristes, feios e outras coisas dessas sem graça alguma.

Então uma mão amiga querida me ajudou a ver que eu tava sendo boba [simplificando bastante o tormento e todas as mãos amigas que tiveram por aqui comigo]... e passei um ano me apaixonando novamente pelo homem com quem escolhi passar o resto da vida, quando este resto da vida parecia somente resto... E que de resto não teve nada, nem a vida, nem o homem, nem eu. E a gente soube ser fenix. E então seguimos aí, construindo um mosaico lindo com os caquinhos de nós 2, re-inventando o quadro que queremos estampar, every single day.

Lógico que o ano teve bem mais que isto, teve trampo, teve retorno ao home care, teve consultorio funcionando a pleno vapor, teve muita fotografia, teve amigos, teve... vixi, teve coisa que não parou mais! Mas lembrando a minha manhã de 26 de dezembro de 2008, todos os meus caquinhos espalhados pelo chão da sala, e eu escorrendo desmanchada pela casa... a única coisa que eu queria mesmo deixar registrada hoje é o jubilo pelo amor. O meu amor. O dele. O nosso.

O amor dos pequenos gestos e dos enormes, o amor dos presentes, dos desejos, do tesão, do dia a dia, das brigas e do meu desmanchar depois delas, dos carinhos, dos filmes, de adormecer no sofá, de fazer bagunça, de contar os dias para mudar de casa, de planejar o nome dos filhos, de comprar piscina de plástico pra casa nova, de ficar mulherzinha sem vergonha de ser mulherzinha - mas não abusa! - de vc curtir minhas unhas pintas de azul bebe, de adorar todos os seus tenis coloridos... de tantas bobagens e tantas delicias, e sobretudo de saber que vc, olha só... é meu número justinho. E eu, o seu - mesmo quando desajusta!


E quer saber de uma coisa? Se for amor, que ele re-nasça sempre!

F. L.


sábado, 28 de novembro de 2009

ATO MÉDICO

LEIA, ISTO VAI MUDAR A SUA VIDA TB!




Pra quem não sabe, foi aprovado no congresso o Ato Médico.

 

Ato médico é um projeto de lei que há 4 anos tem sido debatido e que torna exclusivo o diagnóstico e a prescricão de qq terapeutica pelo médico - exclusiva significa proibida aos outros profissionais.

 

Ou seja, se uma criança precisa de atendimento psicológico pq não esta indo bem na escola, precisa antes que um médico diagnostique o que ela tem (!!!), e decida que é de atendimento psicológico que ela precisa, prescreva o tratamento, o modelo de tratamento e a duração do mesmo (esta já uma realidade para quem trabalha com convênios). Isto vale para todas as demais problemáticas de saúde que envolvam outros profissionais que não os médicos - nutrição, t.o., fisioterapia, educação física, fonoaudiologia... É uma mudança drástica que envolve o profissional e o usuário!

Lembrando que todas estas profissões são regulamentadas e reconhecidas por lei.

Quem não é médico, sabe o quanto brigamos para sermos reconhecidos durante todos estes anos. E quanto já ganhamos em termos de autonomia profissional, e em composições de equipes mais horizontais e muito menos centralizadoras no saber médico. O Ato Médico é um retrocesso, é voltar a verticalização da saúde. É desconsiderar o saber e autonomia dos outros profissionais. Além de desconsiderar a autonomia dos usuários frente ao seu sofrimento.

Vale lembrar que a prescrição de medicação e de outros procedimentos médicos é atividade exclusiva do médico. Só ele tem conhecimento para isto. Ele estudou para isto. Dificuldades escolares, personal trainner, gagueira, etc... pra tudo isto, outras pessoas estudaram e o diagnóstico preciso só pode ser feito por estas pessoas. Portanto são estas pessoas que devem continuar cuidando destes assuntos. Se o médico tivesse estudado todas estas coisas, não teriamos as demais profissões, não é mesmo?

Ainda é necessário que o projeto seja aprovado no Senado. Se assim como eu, vc acha este projeto um absurdo, se manifeste! Envie um email no site do senado www.senado.gov.br e divulgue aos amigos!



segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Rapidinha sobre a Inclusão

Ontem eu assisti ao filme Vermelho como o Céu. Um filme lindo, sobre um garoto cego. E quando o filme acabou eu percebi que eu sou absolutamente a favor da inclusão destas crianças e de outras tantas com outras deficiências, em classes regulares de ensino. E quando digo isto, talvez esteja dizendo que sou  favor de uma escola nova que não sei bem como seria. Pq não basta criar rampas, ter 1 aluno deficiente entre 1000... Tem que fazer rampa na cabeça. Mudar a mentalidade. Eu ainda não sei como. E sei que é muito complicado. Que é difícil, complicado, que os professores não tem formação pra isto... tudo isto eu já sei. Mas nem por isto eu posso me acomodar. Pq eu posso não saber fazer, e por não estar na pele da escola, ficar num lugar confortável de dizer o que acho certo e o que acho errado, largando a bomba pra escola - não é esta a idéia, e sim compor. Percebi qe mesmo não sabendo como é preciso me posicionar eticamente frente a questão. E decidi ser radical, e não optar pelo conforto. Nem mesmo na posição politicamente correta da inclusão. Eu não sou só a favor da inclusão, eu sou a favor da suposição de que existe um sujeito ali. Sempre.

F. L. - precisando de um agente de inclusão na sua escola? Me contrata! 

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Desabafo rapidinho, no meio da tormenta

Cara!
Ser psicanalista de consultório particular é muito foda.

F.L. - respira fundo, vamos lá!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Rapidinha sobre a Mostra de Cinema de SP

33a. Mostra de Cinema de Sao Paulo

Bom, pra quem era virgem em Mostras de Cinema, ter assistido 2 filmes - até o final quero ver se consigo ver mais - já é um bom começo!

Lágrimas de Abril (Käsky) 2008 - Finlândia
Guerra Civil Finlandesa, abril de 1918 [nem sabia q tinha tido guerra na Finlandia. Aliás, não sabia nada da Finlândia!]. Os brancos vitoriosos caçam os guardas vermelhos remanescentes. Cerca de 2.000 mulheres lutaram entre os soldados vermelhos, entre elas Miina Malin, comandante do esquadrão feminino. Após escapar do fuzilamento, Miina é recapturada por Aaro Harjula, um soldado branco que acredita em justiça e dignidade. Contrariando as ordens de seu superior, Harjula decide levar Miina à corte marcial para ser julgada. Durante o trajeto, acontece algo que mudará o destino dos dois...

Baseado no romance de Leena Lander, "Lágrimas de Abril" é um mergulho em um cenário de violência, miséria, poesia e desejos reprimidos, emoldurados por uma belíssima fotografia.


Lindo filme. Primeiro filme de guerra que me emociona. Atores ótimos - e lindos. História bem construída. Muito bonito mesmo. Recomendo.



Dente Canino - 2009 - Grecia.
Direção: Yorgos Lanthimos
Vencedor do prêmio de melhor filme da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, 2009.
Pai, mãe e três filhos vivem nos arredores de uma cidade. A casa é isolada por uma alta cerca que os filhos nunca puderam ultrapassar. Eles são educados, entretidos, entediados e exercitados da maneira que seus pais acham correto, sem nenhuma interferência do mundo externo. Acreditam que o avião que veem passando ao longe no céu é um simples brinquedo, e zumbis são flores pequenas e amarelas. A única pessoa autorizada a entrar na casa é Christina, que trabalha como segurança no escritório do pai e visita o filho a fim de satisfazer suas necessidades sexuais. Toda a família gosta dela, em especial a filha mais velha. Um dia, Christina dá a ela uma bandana que brilha no escuro e pede uma outra coisa em troca. (http://www.mostra.org/exib_filme.php?filme=379)


Incrível! Na vibe do Anticristo, mas com toques de humor. Muito interessante para pensar a genêse da psicose.



F.L. - cinemaniaca

domingo, 1 de novembro de 2009

Des-PONTECIA

Existem certos encontros que produzem uma sensação de despotência. Todo mundo passa por isto. Você pode até não identificar, mas você passa (ou vai passar). Eu passo. E daí sinto um esvaziamento mesmo. Eu nunca sei mensurar ou explicar exatamente porque, quando, como, mas eu sinto na pele este vazio. De repente, puff. Se esvazia. E é muito violento. Pelo menos comigo.



E quando este vazio aparece e resolve se alocar em mim, eu não fico deprimida. Eu acho tudo chato, sem graça, imbecil, burro, fico com raiva e apática. Cinza. Porque não é um vazio meu, é um vazio vindo de um encontro que foi capaz de produzir esta afetação. Neste sentido não é um encontro vazio, daqueles que não produzem nada. Pelo contrário. Produz um efeito avassalador de vazio. Solidão imensa. Daquelas que parecem jamais ter solução.


As vezes eu sinto isto nos encontros de psicanálise. Acho tudo chato, besta. Acho as pessoas e seus maneirismos um porre. Acho o vocabulário afetado, fechado, soberbo. Acho os comentários repetitivos, burocráticos, sem nenhuma abertura para o novo.

Acho as mulheres e seus sapatos de bico quadrado chatérrimamente iguais – e olha que eu também tenho alguns destes sapatos aí. Os jargões, os papos, os cortes de cabelos modernos, as cores, as roupas, os colares grandes e coloridos, os temas, as conjecturações... tudo isto um amontoado de repetições chatas.


Eu sempre penso, mas ainda não consegui botar em texto esta história, que o fazer clínico esta na mesma direção do fazer artístico. Na quietude do artista em seu processo de criação. Na bohemia das noites mal dormidas. No flerte fronteiriço com a loucura e a depressão - único local possível que penso para nascerem as genialidades. No tesão e no frisson da criação posta em ato. No narcisismo - por que não? Mas sobretudo, na ousadia em ser aquilo que você é. O artista – no meu idílico do que é o artista – é alguém que ousa ser quem é e faz disto sua obra prima. Ousa pintar daquele jeito que ninguém nunca antes pintou. E não porque é ou quer ser genial. Também. Mas simplesmente porque não consegue fazer diferente. Tem que ser daquele jeito. Ousa pensar o diferente. Ousa expor o diferente, apesar das críticas ou paixões que possa despertar. E assim faz nascer a arte. E o encantamento. O artista, neste sentido, é sempre revolucionário e anti-heroi.


Quando encontro um amontoado de gente igual, falando igual, repetindo chavões que nem elas mesmas compreendem, eu me bodeio porque acho que, antes de mais nada, a psicanálise é local de revolução – do analista, do sujeito, da pratica, da teoria, da historia.... A psicanalise nasceu assim, quebrando paradigmas – criando outros, claro – ousando dizer o indizível. Correndo o risco de ser taxada de maluquice, bruxaria e o que mais você quiser dizer. Cheia de teóricos-artistas, que produziram rupturas com sabereres e conhecimentos até então sacralizados. Que ousaram ser loucos. Apaixonados pelas suas disciplinas, tomados por elas, em produções incessantes de conhecimento visceral. Na contra corrente de uma idéia, anti-herois por natureza, com vidas pessoais interessantíssimas, e interesses tão diversos quanto suas produções. Sem medo de dizer as bobagens que fizeram. E com muito medo também, tateando no escuro um sujeito e suas manifestações – neste sentido, todos bem humanos.

F.L. - divagando....

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

blonicas - não foi dessa vez!

Não me classifiquei pro concurso do blonicas...! O que será que isto significa? Que sou uma escritora depressiva e romantica demais????

Aguarde blonicas, ano q vem depois da Academia de Literatura ninguém me segura! =D

Dentro de vc, dentro de mim

Hoje eu tava ouvindo uma musica bem besta do skank, q eu nem gosto, mas que fala que "qdo eu estiver morto, suplico que não me mante dentro de ti"


Percebi que eu te pedi para não me deixar morrer dentro de vc. Mas esqueci que assim vc tb não morre dentro de mim.


F.L. - !

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Rapidinhas Literárias

Terminei de ler O Menino do Pijama Listrado. Não sei bem o que a crítica andou falando, mas eu achei genial. Não achei perturbador, como andei ouvindo por aí. Achei genial mesmo. Sobretudo porque o escritor falou do nazismo a partir de um ponto de vista novo, o da criança alemã não nazista - assim como A Menina que Roubava Livros. Por isto achei o autor incrível, por ter ousado contar a histório de uma vertente nada ortodoxa, clássica. Fiquei pirando, imaginando como foi o processo de criação do livro, da idéia, tudo. Como ele pensou a concepção, o estilo da escrita, os nomes dos personagens.... E é interessante que ele construiu uma narrativa absolutamente ficcional, na medida em que não temos relatos das outras crianças daquela época. Ele fez Bruno - sobre quem é a história -  parecer tão real assim como Liesel, personagem principal em a Menina que Roubava Livros. Fiquei pensando se a mãe de Liesel poderia ter lavado as roupas da família de Bruno... - teria sido incrível um encontro dos dois!

Recomendo.

F.L. - não gosto de listras

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Personagens paulistanos

No caminho para conversar com ela, tinha um boteco daqueles bem pé sujo. Acho que nem era um boteco, era uma padaria mequetrefe de esquina. E enquanto eu esperava no farol, pensando sobre todas as coisas que diria a ela quando a encontrasse, tinha um cara sentado numa mesinha na calçada. A mesa era de metal, daquelas com logotipo de cerveja, já desbotado. Devia ser por volta da hora do almoço da segunda feira, e ele estava ali, sentado sozinho. Mesinha na calçada. Algum sol. E ele ali, com um pocket book na mão, daqueles puídos de tanto ter sido relido, ou então recem saído de algum sebo de pinheiros. Em cima da mesa um copo e uma garrafinha de guaraná.

E ele ali. Cabelo liso, loiro acinzentado, charmosamente desalinhado. Desgrenhado. Não deve ter sido lavado hoje. Magricelo. Roupo rota, ligeiramente arrumado numa calça caqui e uma camisa chadrez, talvez. Casaco de moletom verde surrado, pendurado na cadeira. Mto calor. E claro, os óculos de aro de metal fininho. Não era exatamente um homem atraente. Tirando toda a cena, talvez passasse sem brilho algum e eu nem notaria a sua existência. Mas naquele momento, ali, com aquele livro e os óculos, era absolutamente delicioso. Por um segundo, enquanto o farol não abria, me entreguei a ele. Pensei que devia ser tão culto, tão interessante. Será sobre o que o livro que ele lia? Pensei que deveria ser algo em inglês, não sei porque, talvez por ver poucos pocket books nacionais... Ali, naquela calçada, ele parecia um pouco solitário. Algo romantico, mas o romantico do romantismo, aquela coisa mais mal do século mesmo, de um certo culto as intesidades depremidas. Talvez fosse apenas um pouco esquisito, ou tivesse uma depressão sutil [um dia eu preciso descobrir que link é este que eu faço entre ser deprimido-ser interessante, pq este papo que homem com uma dor é mais elegante só me dá trabalho]. Mas nada apavorante. E talvez não fosse nada disto e ele estivesse escrevendo ele mesmo seu próprio livro e decidiu sair para tomar um ar antes de recomeçar, e para espairecer desceu do seu escritório com um livro do Sidney Sheldon pra refrescar.

Quando o farol abriu e eu tive que andar com o carro, quase resisti. Queria ir ficar mais um pouco com ele ali. Mas a verdade é que ele continuou lá como se nem fosse segunda feira, 13h30 da tarde. Continuou lá como se lá fosse realmente o seu lugar de parada, chegada e partida. Seu único lugar possível. Sua única possibilidade. Como se daquela padaria de esquina com mesinhas mequetrefes na calçada ele jamais tivesse saído.

F.L. - who are you?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O que vc esta pensando agora????

A pergunta dela fica ecoando na minha cabeça, mas e vc, o que esta sentindo agora? Parece pedrinha que vc joga no lago e daí formam aqueles circulos, sabe?

Sentindo
Agora
Vc
o que?

E continuo com um enigma de esfinge, que por hora continua a me devorar aos pedacinhos, bem pequininhos. E eu penso na preguiça que me dá tudo isto. E penso que não era para ter preguiça. Mas sei lá, é só preguiça mesmo. Olha dona esfinge, quer vir me devorar, fica a vontade. Eu não vou brigar. Não por isto. Tenho preguiça de brigar. Agora só não faz muito barulho, combinado?

Eu combino comigo mesma que esta tudo bem. Mas não esta nada bem. Na verdade, eu combino comingo mesma que eu quero que vc se foda. Vc, suas verdades imbecis, suas cores idiotas, suas insinuações criminosas, vc e tudo aquilo que te torna hoje a pessoa mais patética que eu já conheci. Mas eu não digo nada disto pra vc - e vc não me lê mesmo - até porque, provavel que daqui uns dias tudo isto eu já tenha esquecido, enquanto me aninho no seu abraço - mas hoje isto parece tão distante... Na verdade, não digo nada disto porque não sei dizer. Não sei nem como. Na hora é só o abismo, e eu tenho vertigem de altura. Pavor. Fujo rapidinho, cruzo a ponte e deixo vc falando sozinho. E naquele momento vc é vc, vc é meu pai, minha mãe, meus chefes... todos aqueles que falaram, falaram, e eu não briguei. E só fiz o que eu achava certo. Sem pudor. E neste caso, nem se trata de fazer isto ou aquilo, se trata de pensar. Vc diz, diz, diz, pensa, acusa, fala, fala... e eu continuo pensando a mesma coisa. É como se eu entrasse, olha só, num óvulo impenetrável, e vc ficasse ali, batendo cabeça, falando, falando, falando, sem a menor chance de penetrar. Nada. Pode esquecer. Tem diu, camisinha, pílula. Sem chance de fertilizar meu terreno. Fica aí falando, eu fico aqui fingindo que tô ouvindo, blindada pra não me afetar. Mais uma palavra, e entro em stand by, naquele lugar em que nem lembrar o que vc dizia eu vou conseguir.

Mas o foda é a cicatriz. Pq eu não digo o quanto eu queria que vc morresse agora, mas eu penso. E pensamento tem corpo, tem alma, caminha pela casa. Neste momento moramos aqui eu, vc, os teus e os meus pensamentos mortíferos em relação a vc. E estes pensamentos produzem cicatrizes. Estes pensamentos, e as palavras - as ditas, e também as silenciadas - que saem violentamente da sua boca - e as que permanecem, sem saber sair, da minha. E cicatriz é uma coisa chata, tem que cuidar, olhar, pensar... um saco. E daí eu vou ter que ficar lambendo a minha, até passar. Porque nesta hora somos dois bem diferentes. Enquanto vc diz - ou finge - que tudo não passou de nada, eu fico ali, re-sentindo tudo, um tempo, mais outro, mais outro.

E vc, o que esta sentindo agora?

F. L. - its hard to be me

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Concurso Blônicas - torce aí!

Cara, acabei de ver que hj era o dead line para enviar uma crônica para um Concurso no Blônicas - http://blonicas.zip.net/ - e daí peguei um texto daqui e mandei.

Mas sei lá....

Não acho que eu seja uma autora divertida... e o Xico Sá é cronista do Blônicas! A Tati Bernardi!

Será que crônica precisa ser necessariamente engraçada???

Agora, dedos cruzados!!!

bjs galera!


F. L. - se colocando a prova!

Acontecimentos que acontecem

Tem coisas que extrapolam os acontecimentos em si. Os pensamentos, por exemplo. Extrapolam. As coisas que vc produz em razão daquilo que vc vive, enfim. Sempre extrapolam. O que é bacana, porque é assim que vc vai podendo entender porque isto, porque aquilo...

 

Pois é, ela descobriu isto um dia desses. Assim, na rebordosa da briga do dia anterior, descobriu que a ressaca maior não era da briga, mas daquilo que ela tinha produzido dentro dela. Produziu não a tristeza, aquela coisa que é o fim. Não. Menos histeria dessa vez. Um medinho aqui, outro acolá. Mas não é bem isto do que se trata. Desta vez ela descobriu coisas sobre ela que ela não havia se dado conta nestes anos por aí, nestes outros embates pela vida. Não mesmo. Isto não é necessariamente bom ou ruim, mas é algo interessante destes acontecimentos que ficam acontecendo assim, dentro da gente, sabe?


Ela, que sempre se achou tão briguenta, tão argumentativa, tão tão... E até é mesmo. Mas descobriu, veja só, que não sabe brigar de verdade. O que não quer dizer que abra mão das suas convicções, que seja maria vai com as outras, nada disso. Tem até convicções muito sérias, muitos fortes, mto embasadas em toda a ética que ela diz ter e tals. Isto só quer dizer que na hora do embate com o outro, ela simplesmente recua. Ou pelo menos não avança. Não faz muito alarde. Não faz barulho. Fala meia dúzia de palavras, e daí já logo se cansa e sai fora. Tudo é tão ridículo e sem graça. Não adianta brigar, não vai levar nada a lugar algum, então pra que? Entra na bolha mágica e faz o que bem entende. Foda-se vc, ela diria. Desfaz daquilo que vc diz, assim, rapidinho. Mas se esforça pouco para te convencer, pra brigar, pra fazer valer aquilo que pensa, pra se colocar a prova. Esforça-se bem pouco, na verdade. Não concorda? Então ela vai logo dizer, vaza cara! A aula tá chata, a matéria é difícil?? Aperta o botão, desliga e dorme pronto. Problema resolvido. Não quer? Acha errado?? Ok, fica aí com o seu julgamento, que ela faz mesmo assim. O trunfo e o triunfo é sempre dela. À custa de uma vida paralela - e todo tesão que se há nela - sem alarde, confusão, cara feia... Sem a chance de perder, pq se vc não se põe verdadeiramente na guerra, não tá sujeito a perder, não é mesmo? Sempre vence naquele seu mundinho que só vc mesma sabe o que é melhor para vc. E foda-se o mundo, o outro. Foda-se. Ninguém fica sabendo da sua vitoria, mas ok, ela mesma sabe e pra ela, ela mesma já basta muito. E tá tudo ótimo.


Ótimo uma porra.



F.L. - its not easy to be me

domingo, 4 de outubro de 2009

O bonde e ela

Ele ficou olhando o bonde passar. Entretido. Seduzido. Capturado. Por um bonde que ele mesmo havia inventado, porque nos dias de hoje nem bonde existe mais. Mas ele ficou ali, olhando o bonde passar. O bonde que ele foi criando, cultivando, por anos a fio. E este bonde de tempos em tempos passa na frente dos olhos dele e ele se perde, fica olhando o bonde. Ela fica atrás do bonde, começa quase a fazer parte da paisagem. Ela vai sumindo, devagarzinho. Vai sumindo assim, sem pretensão. Chama uma vez. Faz uma gracinha. Mas ele continua lá, olhando o bonde. Fica lá. Berra com o bonde, briga com o bonde, trepa com o bonde. E ela tenta gritar por ele, mas ele nada. Tá lá, olhando o bonde passar. Enquanto ele olha o bonde ela se cansa. Senta um tiquinho. Cansada. Chama, chama... mas ele só consegue ve-la quando passa uma janelinha do bonde. E mesmo assim, acha que ela esta dentro do bonde! Aí que se enraivece mais, quer mata-la e fica brigando com uma ela que ele criou e, de pronto, já jogou lá dentro do bonde. Ela fica urrando, tentando dizer que aquela ali não é ela, que ela esta ali, na sua frente! Mas nao adianta, ele esta capturado pelo bonde e só o bonde é o que vê pela frente.
Ele ficou olhando o bonde.
E ela se foi.

F. L. - as vezes é melhor perder o bonde...

Cinderela?

Cinderela?

Um dia eu acredito!

Um dia eu acredito nisso aí que de tempos em tempos vc pensa sobre mim. Pensa e grita pra todas as paredes da casa. Um dia eu acredito, acredito mesmo! E daí visto a fantasia que vc, de quando em quando, costura pra mim e tenta ver se me serve. E neste dia, neste dia vc vai se arrepender, quando me ver saindo por aquela porta com a roupa que vc, silenciosamente, tece pra mim em cada uma de suas insinuações criminosas.

F.L. - cuidado com o que vc deseja.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Papelão e ódios-muleta

Eu tô nessa fase, né? De me despedir de mais um lugar de trabalho. Um ano muito inteso aqui, muitos atendimentos, muito aprendizado, uma grande amizade que já se desligou - e que sem duvida a sua saída acelerou a minha, por assim dizer. 

Tô cheia de justificativas coerentes, corretas, tudo muito certo na minha cabeça. E  sempre parece que é mais fácil dessa vez. Acontece que eu preciso odiar alguma coisa pra dizer adeus, eu acho. Pelo menos alguma coisinha tem q ser odiosa. E só o fato de ganhar mal e as cadeiras serem feias - e eu descobrir q não gosto de trabalhar em lugar feio, qdo o feio significa abandono, desleixo - não é suficiente. Tem que odiar alguém, uma pessoa maldita, filha da puta, a culpa é dela. Tá, já achei um ódio-muleta, q não é bem um ódio, mas tá servindo. Mas é pouco, tão pouco, judiação. Tão pouco que fica patético. Patético e não se sustenta. E daí, quando uma das poucas pessoas com quem mantenho uma relação afetiva me diz que as portas vão estar sempre abertas, e que vc sai de um trabalho, mas não quer dizer que os vínculos se encerram aqui... eu faço papelão, desmonto a muralha e choro. Puta que pariu. Que droga. Nao queria que fosse assim. Nem eu, nem a situação. 

Mas chorar também é estar a altura dos acontecimentos, não é? Pois é! E eu tô só começando a chorar. E estar a altura dos acontecimentos neste momento é bancar as escolhas, sem precisar de subterfugios odiosos para sustentâ-las. Em outras palavras, assumir que sair deste trabalho é por mim, por uma opção de vida - que pode ser momentânea - e não porque existe alguém que... Existe sim alguém. E este alguém sou eu. Bancando os desejos e as consequencias deles. 

E quer saber? Eu não queria que fosse assim. Mas é. É pq eu sou assim. Ponto.

F.L. - vai encarar?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Twitter?

Apesar de eu não ter entendido ainda pra que serve, e nem o q fazer com aquilo, me rendi ao twitter.
www.twitter.com/felopes

F.L. - seduções tecnólogicas inúteis

domingo, 6 de setembro de 2009

Cuide de Você

[ao som de Carla Bruni]

Hoje fui ver a exposição Cuide de Você, da Sophie Calle - acaba amanhã. E como sempre acontece quando eu conheço algum artista, fico profundamente encantada em conhecer alguém que vive de arte. Salta dos blogs e escreve livros, por exemplo. Ou então sai do Ateliê e tem seus quadros em Galerias. Acho incrível, fico fascinada... querendo entender como pode, hein? Na verdade, acho que o que queria entender é "como eu posso também?!"

Como a exposição tratava do final do relacionamento de Sophie, um tema tão pessoal, eu me senti bem próxima dela. E talvez porque ela usa o tempo todo a palavra e a imagem para compor sua arte. E estas são as plataformas artísticas que eu mais uso. Daí fiquei ali, por 3 horas tentando entender como Sophie se transformou em Sophie, pensando qual seria o seu processo para ser artista. Quando ela percebeu que era artista? Quando ela cruzou a fronteira da pessoa criativa, para a de artista? O que define o artista como tal?

Pois bem, foram 3 horas absolutamente apaixonada por ela. Assim, passadas delicadamente, bem devagar... Olhando as fotos na parede, tentando usar meu francês pra traduzir os textos, daí comparar com a tradução que tinha lá, vendo os vídeos e olhando as pessoas que passavam, suas roupas, seus cortes de cabelo. Ouvindo as conversas, as opniões. Porque as pessoas que frequentam exposições de arte são uma outra exposição. É muito gostoso se deixar levar por quem será que são aquelas pessoas e porque estão ali. O que será que estão pensando. E olha, 3 horas foi pouco! Ficaria mais, não fosse minha irmã adolescente e seu olhar desolado/assustado quando, após sentar no chão e ler pacientemente comigo todo o caderno de traduções, ainda perceber que eu queria mesmo ver todos os vídeos da exposição - achei que ir sem ver todos era um bom jeito de pensar que não, vc nunca consegue apreender tudo mesmo.

Saí de lá com a sensação que esta na hora de me posicionar claramente frente aos meus desejos e delírios artísticos!! Já tinha sentido algo parecido quando conheci uma escritora há uns anos atrás, algo que achei incrível! Me apaixonei por ela, seus chás cheirosos, seu escritório repleto de livros e sua mesa de madeira. Ver que um escritor poderia ser alguém assim, como você e eu foi algo incrível. E estes dias quando folheava a Trip tive a mesma sensação. Uma fotógrafa de uns 25 anos - lindíssima, diga-se de passagem - é quem aparece no ensaio sensual da Trip, o que seria banal, se não fosse o fato das fotos serem auto-retratos. Ou seja, bem mais que um mero ensaio sensual de uma menininha bonita. Mas algo triplamente assinado: pelo corpo dela - teu corpo, aquilo que vc tem de mais pessoal - pelo recorte fotográfico - teu olhar - e pela produção do ensaio - tuas idéias. Tudo isto em fotos tão idílicas que me deram vontade produzir algo semelhante - vai lá ver http://revistatrip.uol.com.br/revista/180/trip-girls/luciana-dal-ri.html

Quero estudar história da arte, estudar mais sobre fotografia, sobre cinema, fazer curso de produção literária... quero, cada vez mais, enfiar a cara na arte. Respirar arte. Comer arte. Viver de arte - e aqui cabe a psicanálise, pq realmente vejo o consultório como um fazer artístico, mas isto é papo para outro dia...

F.L. - eu vou cuidar de mim!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Capitulo 1

[pra onde será q isto vai?]

Janaina cheirou mais uma carreira de cocaina e saiu pela rua. O nariz ardia. Saiu pela rua, de nariz vermelho, entorpecida. Enlouquecida. Maniaca. Andava apressada, com sua bota preta surrada, descosturada na frente. Ninguem ao seu lado. Andava pelo meio fio. Da rua e da vida. Flertando o tempo inteiro com a desrazao e desprezo pela vida, a sua, a dos outros e tudo mais. Janaina ja nao sabia mais existir sem este flerte terrivelmente sedutor com tudo aquilo que compunha a sarjeta da existência humana. Acha as sarjetas interessantissimas. Cheias de bohemia, intelectualidade, profundidade, entre as ratazanas, as prostitutas baratas, as baratas, os motéis pulguentos e os mal cheiros do centro sujo de uma cidade de São Paulo que parece, a seus olhos, nunca tomar banho. Pedia mais um copo de whisky e discutia sobre Collete Soller na mesa suja do bar sujo em que parou para comprar mais um maco de seu cigarro imundo. Falava ao vento e vento lhe virava as costas.

Janaina era muito intensa. E toda aquela intensidade produzia o único prazer verdadeiro que era este flerte, num corpo que só sabia gozar quando diante da intensidade profunda e profana que, quando não experimentada pela própria vida e nos encontros com seus pares, ela buscava na cocaína e em outras tantas drogas e mortes que ela se entupia por aí. Mortes soa meio démodé, pesado, ate mesmo acusativo. Na verdade, Janaina precisava do estupor da intesidade insana para se manter sã. E daí sim flertava com a morte. A intesidade é sempre isto. Um flerte. De criação e morte. Lado a lado. Um escorregão, tudo pode mudar. E o prazer a criação acabarem no vale melancólico, deprimido do mortífero das intesidades vazias e absolutamente sem graça. [E também, deve-se dizer, Janaina era apaixonada por Goethe e tudo mais que compõem os autores romatincos. Janaina cultivava carinhosamente a sua depressão literária autoral, inspirada descaradamente na admiração escancarada pelo mal do século.]

Quando tudo lhe parecia apático, se refugiava na apatia branca de uma carreira apática de cocaína. E por alguns instantes, se sentia inserida num contexto falso de intensidades medíocres. E isto era suficiente para lhe fazer gozar mais um pouco. E mais um pouco. E quando tudo lhe parecia apático, não ousava pensar que apática poderia ser a ela e a construção que vem fazendo da sua vida. Não ousava pensar. Não ousava.

Pensava somente em seus grandes ídolos, todos incríveis. Anti-herois, subversivos, revolucionários. E ela ali. Sem nada a conquistar. Numa vida de repetições de teorias e teoremas que, que piada, ninguém sabia mais ao certo o que significavam. Nem ela. Quem foi Collete Soller? Sei la, ela também não sabe. Pouco importa. O nome soa delicioso junto a um copo de whisky. Desliza vertiginoso pela boca dela. Sai, luxuriosamente, por entre os dentes e a língua. E ela goza, devagar. Sem pressa. Aproveitando cada instante em que as palavras permanecem dentro de si mesma, para, de repente, sair e ganhar o mundo.
F.L. - what more?

sábado, 29 de agosto de 2009

Uma dica

Só uma dica:
Restaurant Week Inverno - São Paulo - começa dia 31 e vai ate 13/09
Já tô aqui escolhendo em quais que eu vou!!! Fui na edição de Verão e adorei. Conheci restaurantes legais, e por um preço honesto - é uma ótima opção pra vc conhecer lugares novos! O que eu mais gostei foi o Espaço Tambiu - www.espacotambiu.com.br - casa especializada em peixes, bem gostoso mesmo!!!!
Tem q entrar no site da Restaurant Week com paciência, pq tem o nome de 202 restaurantes, mais o cardápio de cada um!
Dando uma olhada rápida, vi q tem algumas coisas interessantes:
- O menu do Paris 6 tá bem sem graça, mas vale a visita para quem não conhece o restaurante! É um dos que eu mais gosto na vida!
- O Blu Bistrô em Perdizes tb é lindo e a comida é mto gostosa!! Gostei do menu.
- E todos os restaurantes do Grand Hyatt Hotel entraram na week. Eles são maravilhosos, principalmente o Eau e o Grand Caffe. E acredite, fora da week, vc jamais comeria um menu completo por R$ 40,00. Se tiver pique, grana e quiser impressionar a namorada/ficante/esposa, vale uma estadia!!!! Lá é maravilhoso - há 4 anos, passei minha noite de nupcias lá!!!!
- O menu do Santa Gula está bacana, eu nunca fui. Mas segundo a Tati Bernardi é um restaurante que tem efeito de terceira taça de vinho - a gente vai ficando facinha, facinha....! =D - e fiquei com vontade de conhecer. Aliás, ela fez um post super legal sobre restaurantes no blog dela!
Agora chega de divulgação...........
F.L. - recolhendo meus olhos para os aposentos...!

Noticia rapida e rasteira

Não aguento mais a minha "conjuntivite alérgica sazonal".
Pq este sazonal de 10 dias já tá me enchendo.........................
Fazem 10 dias que me perguntam se eu tô cansanda - e eu tô mesmo - e eu tenho q explicar que os olhos vermelhos são da inflamação
Fora que usar mto meus olhos tb não dá... e eu que vivo de escrever, ler e fotografar... aí, aí....

F.L. - compartilhando as chatices

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cisna Gata

Eu nao tenho inferno astral. Eu tenho mania. Eu entro neste estado de mania, sabe? Nao, nao mania de mania de alguma coisa, mania no sentido de aceleracao. E eu confesso, q eu adoro esta mania!! (Talvez tudo isto seja uma grande defesa, daquelas que a gente ergue muito util, e que nos ajuda a passar pela vida mais ou menos bem, mas isto ai ja outro assunto)


Celebro, com tudo que eu tenho direito, o meu nascimento. Aniversario, data sagrada. E nao vale festinha a 2. Tem que ter tesmunhas muitas, me cercando e me amando muito, naquele dia do ano maravilhoso aonde todo mundo te ama - ou ao menos vc acredita q ama. Neste sentido, sou leonina ate os ossos.

Festejo a vinda ao mundo do patinho feio, q a cada dia vai ficando mais e mais cisne - pq ja diria Ju Gata Pacheco, aos 30 somos mto melhores! Ou melhor, ficando cada dia mais cisna - se eh q existe o feminino de cisne. Patinho feio pq sempre se achou feio e pq, que peca mais sem graca do destino, nasceu tao diferente dos demais patinhos a sua volta que dai, nao tinha como nao se achar feio. E quando vc nao eh igual, numa fase aonde tudo que vc mais quer eh ser igual, vc nao se sente estilosa, diferente, unica. Vc se sente pertencer a nada. Nem a ninguem. Nem mesmo a vc mesma. E entao se torna nuvem passageira que com o vento se vai... e se da, se perde e se parte em pedacinhos pelo caminho o tempo todo. Um terror.

Aos 27 anos patinha feia descobriu que nao eh feia nada, menina! Nao sabe se eh Cisne, gansa (?) ou galinha, mas sabe que eh ave. O q ja eh saber muito. Foi, como aranha, tecendo teia pra ir se sentindo pertencer a outros coletivos e entao se sentiu sustentada, ancorada e descobriu que eh! E ser eh algo tao importante!!! E aos poucos foi sentindo que pertencia, antes de mais nada, a si mesma. Descobriu o trabalho que dava pertencer a si mesma, e foi identificando as armadilhas e os vampiros que surgem no caminho, doidos para tirar vc de vc.

Ex-Patinha-Feia eh linda. Agora sim, es-ti-lo-sa. Cheia de sapatos diferentes. E tem cabelos de muitos cachos, por todos os lados. E por todos os lados, por onde passa, tem olhares que a seguem. (Ex Patinha feia ficou pretenciosa, imagina so!)

Patinha nao eh mais a patinha-sem dos 18 anos: sem tesao, sem alegria, sem barriga, sem bunda, sem peito, sem nada. Mesmo. Patinha agora eh cheia de cons, e esta linda com todos os cons que tem direito. E como agora ela tem cons e nao eh mais a feia paitinha-feia-sem, ela pode descobrir o proprio corpo - as maos, os bracos, as pernas, os seios... - e assim ir construindo para si o que eh esta coisa estranha que eh essa de ser mulher, hein?
F.L. - aos 30, somos MTO melhores... e nem chegamos la ainda!

domingo, 19 de julho de 2009

Filho da Puta

[Eu ia sair, num devir da vida pratica.... Mas resolvi tomar mais um cha e escrever.]
Filho-da-Puta!
Foi a ultima palavra que ela disse, olhando para o telefone. Ele nao ouviu. Telefone nao eh telepatia. Tem que discar pra ouvir. E ela nao ia discar. Ele nao ia ligar. Era um acordo, que ficava claro com o passar dos dias.
Filho da puta. Ela pensou. Comecou a rabiscar qualquer coisa em um pedaco de papel. Parecia que ia mandar uma carta. Um email. Sei la. Mas o que dizer?
Ela estava enfurecida, tomada de odio. Mentira. Ja nao estava mais com tata raiva. Estava triste. Mentira tambem. Ja nao estava mais tao triste. Estava sim era inconformada, preocupada, culpada e todos os adas perversos que assombram mulheres como ela.
Ela o conheceu num bar de playboy da vila olimpia. Ela nao costuma levar seus tenis coloridos para estes lugares, mas era um festa de aniversario, entao por que nao? Foi e ele estava la, com seu jeans da diesel, num canto tomando um whisky com gelo, rindo com os amigos. Saca aqueles playboys descolados? Era ele, um tipo que chama atencao aonde quer que va. Um tipo que sabe que chama atencao aonde quer que va. Um tipo perigoso, diriam. Ela, bom ela estava la, com um dos seus tenis coloridos. E ela nao era um tipo que um tipo daqueles olharia, sabe? Mas acontece que, nao sei se era solsticio de verao ou qualquer outra raridade dessas, ele olhou pra ela. Olhou, olhou, olhou. Olhou mais. E olhou tanto, que ate ela notou. Notou, se envaideceu, ficou timida e quis fugir. Tarde demais, ele ja estava ao lado dela. Ele, seu jeans da diesel e seu whisky caro. E ela ali, com mais um copo de chopp e seu tenis colorido. E ele era ainda mais ele de perto.
E sairam dali e pensaram que nao daria tempo de chegarem ao apartamento chique dele, aonde transaram loucamente ate o dia amanhecer. E nenhum deles virou abobora. Nem ela gata borralheira. Mas ele tinha toda a vocacao para ser aquele cara do cavalo branco que a gente vive dizendo que nao quer, que nao existe, mas morre de vontade de conhecer.
E no dia seguinte o telefone tocou, e no outro dia tambem. E foi assim por uns meses. E parecia mesmo que os tenis coloridos e o jeans da diesel faziam um par perfeito, deliciosamente amarrotados, jogados pelos cantos do quarto chique do apartamento chique dele.
Ate que um dia o telefone nao tocou mais.
Assim, sem mais nem menos.
Nao tocou.
No primeiro dia ela respirou fundo e disse a si mesma que era normal.
No segundo dia ela voltou a respirar fundo. 18 vezes. E isto nao era nada normal.
No terceiro dia ela pegou seu livro do Dostoievisk e comecou a ler, displicentemente, como se nao esperasse nada. E nada mesmo aconteceu.
No quarto dia, ela ligou. Puta. E a gravacao informava que aquele numero nao exisitia. Ligou no outro numero, e so falou com a caixa postal. Estava irada. Morrendo de saudades.
No quinto dia ela pensou em suicidio. Pensou em largar tudo e se mudar para a Nova Zelandia, comecar tudo novo la. Ela nao estava mais puta. Estava triste.
No sexto dia ela beijou um outro rapaz. E tudo lhe pareceu vago. Vago. Um lugar vago.
Uma semana depois, ela ja nao estava mais triste, nem brava, nem nada. Estava inconformada, sem compreender o que tinha se passado. Desde o inicio, ela diria. Que aparicao mais bizarra esta na minha vida, ela dizia. Se perguntava se havia sido real. Se ela era real. Fala serio, que cara mais maluco, ela falava enquanto tomava o 3 copo de cerveja e dizia que o mundo estava perdido. Eu ria dela, mas ela me ignorava e continuava a dizer que o mundo estava perdido, que mal tinha ligar e dizer que nao queria mais? Sera que o cara havia morrido, sumido no mundo? Nada, nada! Nao sabia nada, ela dizia. Sabe, ela disse e continou "nao era uma questao de querer ou nao querer a mim, era uma questao basica de educacao. De lembrar que tinha uma outra pessoa ali, sabe? Nao precisava se importar comigo, tinha que importar com o contrato social. Educacao basica. Mas o mundo esta perdido. E ninguem mais tem mae em casa pra ensinar a ter boas maneiras e educacao. Ligar depois eh uma questao de boas maneiras. Eu tenho boas maneiras. Mas ele nao tem. Ele nao devia ter mae. Entao posso chamar ele de filho da puta sem peso na consciencia de estar envolvendo uma inocente na historia. Eh isto, ele eh um filho da puta, mas sem puta pra ensinar a ele que ate na putaria a gente tem q ter educacao". Eu ria, e pedia mais uma cerveja, enquanto ela descorria seu inconformismo.
E filho da puta, olhando para o telefone, foi a ultima coisa que ela disse sobre ele.
Foi a ultima coisa e ali ela o enterrou, junto com seu maldito jeans da diesel e seu whisky ridiculo. Cavou os 7 palmos e jogou ali tambem os cavalos brancos que cagavam por todo o apartamento dela. Aff... Fim. Morto. Sepultado. Cuspio e disse com a boca cheia um fo-da-se filho-da-puta, daqueles que a gente fala com gosto quando o time dos outros faz gol. E dai enterrou mesmo. Com direito a velorio, caixao e tudo mais. E entao amassou aquele papel em que rabisca qualquer coisa imbecil e saiu andando calmamente, sem olhar para tras, trajando seus tenis coloridos mais coloridos. Pq estes, estes eram dela. E como eram. Dela. Ela. E isto, ninguem tirava.
F.L. - pq ela, ela eh dela!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Noticias do Analista Marinheiro

Encontrei Analista Marinheiro na padaria hoje. No cair da noite, devorava um pedaco oleoso de pizza de balcao. Falei oi, me sentei ao lado dele e passamos a vida em dia. Como esta vc, como estou eu e bla bla bla. Conversamos sobre a Sereia. E ele, num misto de tristeza, raiva, frustracao e alivio me disse que ela havia sumido ja faziam algumas semanas. Enquanto bebia minha terceira xicara de cafe, ouvia Analista Marinheiro contar sua historia. Dos percalcos, da ternura, da paixao de transferencial avassaladora e dos afestos que as diferentes transferencias vao mobilizando no decorrer dos tratamentos. E entao falou da inseguranca. Daquela coisa que ele diz sempre, sobre a fragilidade de sua identidade de analista de consultorio particular. Identidade que ele sente que por muitas vezes so esta dada e assegurada exclusivamente na relacao especular com este outro-paciente. Falou. Falou. Falou um pouco mais.
Quando ele respirou, colocando o ponto final na historia, eu falei aquilo que somente amigos de verdade podem dizer. Talvez a combinacao de Sereia e Marinheiro, neste momento da vida, nao funcione mesmo, eu disse. E tudo bem. Analista Marinheiro nao deixou de ser mais ou menos Analista por isto. Pelo contrario ate. Mas talvez nao seja o caso de Sereia ser paciente de Marinheiro. Nao agora. E ponto. Ainda eh algo para pensar, mas algo para pensar mesmo. E enquanto ele tomava mais um gole de qualquer coisa gelada, ouvia atento minhas palavras. E segui lembrando a ele dos demais pacientes, dos que ainda viriam, dos que ainda iriam embora, do ir-e-vir, de novas Sereias... e desta violencia transferencial que ele vive e vivera em menor grau, ou maior com outros pacientes. Talvez Sereia tenha vindo para mostrar que todo este movimento se passa em todos os outros atendimentos. Mas que talvez passasse batido. Sereia colocou isto em primeirissimo plano. [e penso que eh ai que esta todo o poder transformador na identidade de Analista Marinheiro]
Pensei que ele se chatearia, se defenderia e que acharia que eu o estava substimando, colocando-o para baixo. Mas nao. Na abertura que somente amigos de verdade conseguem ter, ele ouviu. Atento. E segue pensando...
F.L. - ai, ai...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Me cansa a mim

Eu aprecio o silencio. O silencio do nada. Nada mesmo. Sem barulho. Sem corpo. Sem nada. Quando parece que meu corpo se desmaterializa e ate eu mesma deixo de existir. Por alguns segundos. Nao por muito tempo. So o nada. O nada que eu curto aos domingos qdo acordo e ele ainda esta dormindo. Entao me levanto, abro as cortinas - pq deteste cortinas-deprimidas-fechadas - pego uma caneca com suco, faco um queijo quente e me estiro no sofa, devorando o jornal, a revista da folha. Sozinha, em silencio. Sem pressao de hora, compromisso, almoco. Um momento nada. Nem sei se estou ali mesmo. Um momento inteiramente nada. Interamente meu. Interamente cheio. Um nada, mas um nada muito cheio.

Eu acho que coisas demais sao intrusivas e tudo que eh intrusivo me cansa. Barulho demais. Estampa demais. Todos os excessos me cansam. Ate carinho demais. Me invade. Nao sei viver de outro jeito. Preciso, desesperdamente dos meus momentos nada. Nao sao exatamente os excessos q me cansam. Me cansa a mim. Pq nos excessos eu sempre tenho que ser eu por mais tempo, e me sobra pouco tempo pra mim. Nao tem aquele tempo pra nao ser nada, sabe? Aquele tempo nada, do vazio cheio que disse ai em cima. O tempo da bolha, lembra? Ja falei dele aqui. O tempo bolha, o respiro necessario para voltar a ser. Pra voltar. Pra ser.

Eu admiro o silencio. Eh isto.

F.L. - si-len-ci-o

quarta-feira, 1 de julho de 2009

by Ju Pacheco

Resolvi publicar este texto, que a Ju postou no blog dela! E olha que a gente nem fez 30 anos, hein...! Imagina qdo fizer?!
"Sexta-feira, 19 de Junho de 2009

Aos 30 nós somos mto melhores!!
by Ju Pacheco

Domingo é meu aniversário e eu farei 27 anos. No trabalho costumo ser a mais novinha, os usuários me acham criança demais e os outros profissionais ficam espantados com a minha idade. Mas, sinceramente, na vida em geral eu me sinto bem velha! rs... No entanto acho que é bom explicar melhor: não bem velha no sentido negativo!! Eu me sinto bem velha num sentido comum. Me sinto vivida, madura, com muitas experiências. As vezes, inclusive, converso com uma pessoa de muito mais idade, me identifico e me encanto. Sou encantada pelos mais velhos. Tinha um amor e admiração sem fim pelos meus avós, pela Gi (minha terceira avó) e outro dia até disse para meu namorado que tinha vontade logo de ser velha, de ser avó. Que achava que deveria ser um momento muito bom da vida. Eu e a Mõ (amiga! velha amiga!) sempre brincamos que não vemos a hora de sermos 'aposentadas' e podermos ficar tomando café com docinhos (tipo chá da tarde mesmo!) falando da preocupação com o rumo de nossos filhos e a alegria que nos dão nossos netos! rs...
Mas, enfim, não é sobre a velhice este post, mas sobre os 30 anos. E não só os meus. É que outro dia via eu fotos antigas e pensava: nossa, como estamos melhores! Falo de mim mesma, das minhas amigas, da minha irmã. Não somos mais magras, nem mais malhadas, nem temos a pele melhor (como nos incitam as propagandas, revistas e a televisão), mas somos com certeza mais belas! A Mé ousou usar batom vermelho e ficou linda! A Fê Lopes (eu!!!) assumiu os cachos enorme e as roupas só dela (chique, mas com tennis colorido) e nos surpreende cada vemos que a encontramos. A Dri, essa eu nem preciso dizer. Parece até que os olhos dela ficam cada vez mais bonitos a cada ano; será possível?! Enfim, aos 30 me encontro e encontro as mulheres à minha volta muito mais donas de si, dos seus corpos, dos seus pensamentos e das suas vontades. E isso pode querer dizer algumas celulites a mais, mas, com certeza, tbém muita personalidade extra!
E, assim, eu me compadeço com outras mulheres de 30 que conheço. Que vão ficando cada vez mais malhadas, maquiadas, na moda, mas que enfeiam a cada ano. Que não são capazes de usar batom vermelho (afinal há anos ele nao é moda!), nem de assumir seus cachos, nem de usar um tennis estranho. E, principalmente, estão cada vez mais distantes das suas vontades e do seu corpo malhado.
É em homenagem às minhas mulheres de 30 que melhoram a cada dia que vai este post.
Amo vocês, meninas!!"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Até o osso

Ainda na vibe clínica.
Tomada total.
Até o osso.
Sabe aqueles textos do inicio, amaldiçoando a profissão? Bom, passaram....
Passaram tanto que esta semana até sonhei com a Princesa Olhos Da´gua, num sonhos destes que vc acorda rindo de si mesma, sabe? O sonho era mais ou menos o seguinte:
Saímos da sessão, eu encerrava o atendimento e ao invés de darmos na sala de espera, estávamos no corredor da minha casa. E eu pensava, ninguém merece, vc até aqui?! E eu estava morta de fome, e ela seguia conversando comigo, como se fosse papo de botequim, e eu de saco cheio, pensando como ela não se ligava que era hora de ir embora... então peguei um suco de uva, ela idem, sentou junto a mim na mesa da cozinha e ficou lá, falando comigo alguma coisa chata, que não me lembro o que, pq só conseguia pensar, super incomodada, o q tinha acontecido com minha sala de espera, q idéia imbecil esta de atender dentro da própria casa, e principalmente, o que ela estaria fazendo na minha casa, hein??!
F. L. - psi-ca-na-lis-ta, abrindo as portas de casa. Tomando cuidado para não esquecer de fechar ao final de cada sessão!

sábado, 9 de maio de 2009

Junk day

É sabado, 11h25, e eu estou aqui. Sozinha. Ele foi dormir antes das 10hs. E eu assisti a dois filmes, saí, fui devolver e no caminho pra casa decidi comer. E hoje, pela primeira vez, eu que sempre flertei com o submundo junk, me senti junk.
Parei na padaria nova do bairro. Poucos carros, já quase fechando. Queria uma coxinha. Não tinha mais. Pedi um pedaço de pizza, e é impressionante como a pizza de padaria é mais oleosa que as outras. Mesmo a padaria sendo burguesa. Pois bem, pedi a tal pizza, e pequei uma long neck. Sentei. O garçom me ofereceu um copo. Aceitei. Mas na verdade, gosto mesmo é de beber na garrafa. Dei um gole no copo, por educação, e o resto tomei na garrafa. Pedi uma Stela Artoais, pra me sentir chique. Chique e sozinha. Bebendo na padaria, no sábado a noite. Sozinha. Chique pouco importa. Sozinha mesmo. Sentada na alcova do sábado a noite. Bebendo so-zi-nha.
Fazem dois dias que ele tenta uma briga. Eu me esquivo, durmo, tento fugir. Mas ele insisti, quer uma briga. Eu penso num remedinho que me faça dormir bastante, daí amanhã já é domingo, acaba logo o final de semana e a gente volta pra rotina-que-nao-da-tempo-pra-pensar e pronto. Fim de semana sem trabalho sempre sobra tempo demais pra ficar junto, e daí tem que rolar uma briga, ou então... bom, deixa pra lá. Eu me esquivo, não tô no clima. Mas não, ele insisiti. Ele quer uma briga. Cava motivos. E eu me esquivo, não estou no clima, porra. Benhê, tô com cefaleia hoje, ok? Não vai rolar. Quase digo isto, mas nada funciona. Ele quer uma treta. E eu uma trepada. Mas nada funciona.
Eu acordo as 12h, vou fazer as unhas. Volto de unhas roxas, quase pretas. Dark. Só faltou a raiz preta no cabelo loiro branco, que já tava quase junk. Unhas dark. Eu fico de unhas dark e ele segue deprimido no quarto. Naquela vibe conhecida, de cortinas cerradas, pouca luz e aquele clima tão pesado que você quase consegue cortar com uma faca.
Eu prefiro uma cerveja com pizza oleosa de padaria. Daí tomo mais uma latinha no carro, ouvindo radio. Penso mais quanto tempo isto na vida, hein? Penso que não vou aguentar esta vida de montanha russa. Mais quanto tempo? Pra sempre é muito, e eu sou pequena.
E ele continua lá, com dó dele mesmo, querendo que eu tenha dó dele também. E eu aqui, com dó de mim - mas ele nem sabe. Agora olha, só eu mesma pra ter dó de mim já tá suficiente, viu. Pq na verdade eu sei que, se estou aqui, estou porque quero. E isto é patético, mas é real. E eu ainda sei que continuarei aqui por mais um bocado de tempo. Não me odeie por isto. Eu já me odeio o suficiente.
Na verdade, ele me quer ali, com ele, deprimida. Uma coisa assim, double dark. Daí sim ok. Daí sim companheira. Mas eu me esquivo, me recuso, não quero a deprê. Nem a dele, nem uma minha. Aff. Eu hein.
Fe Lopes - cansada.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Não era a hora. E por enquanto.

Ela já havia tomado a sua decisão. E era triste. Mas era dela. E a decisão deve ser, antes de qq coisa, da própria pessoa.

Por inúmeras vezes, enquanto caminhava pela rua, ouviu a musica que se conheceram. Não era delírio. Coincidência. Sinal. Sei la. Tocava cada vez que entrava num lugar. Se era um sinal, algo deveria ser decifrado, mas ela não entendeu. Nem ele, que caminhava distante, e nem ouviu a musica quando esta o chamou. A musica era dela. Assim como a decisão.

Pela primeira vez na vida, desejou morrer de verdade. Assim, num acidente, ao acaso, a cargo do destino. Por que não? Porque morrer não era um decisão que tinha que ser dela. Era do destino. E neste caso, como já decidimos no primeiro parágrafo, a decisão tinha que ser dela. E ela não havia decidido morrer.

Se deitou, adormeceu. Sonhou.

Um taxi passava para buscá-los para irem ao Aeroporto. Iam regressar para casa. Mas ela o esquecia la. Deixava ele la na calcada, com as malas e tudo. Ele, muito puto, esbravejava, mas não ia atrás dela, não telefonava, fica la distribuindo socos no vento. Ela não tinha esquecido dele, só achou que ele ia entrar no carro sem que ela precisasse chamar. Mas ele não entrou. Ela notou que ele havia ficado, só não conseguiu se impedir de sair, nem impedir ao motorista que seguisse o caminho por ela desejado. E antes mesmo do taxi percorrer um quarteirão, ela pediu ao motorista que regressasse. Pelo retrovisor ela podia vê-lo. Não o perdeu de vista nem por um minuto. Só não pode se impedir de ir. Mas também não pode se autorizar a continuar. O carro então fez meia volta, e voltou exatamente ao mesmo ponto. Ele estava la, muito nervoso. Como ela podia ter feito isto com ele, ter feito ele de palhaço, ele dizia. Inconformado. Ela, muito calma, dizia, bom, pensei que vc fosse entrar, que não precisava te chamar. Ele então entra, ainda nervoso, e eles se sentam distantes, com a bagagem a separar seus corpos, cada qual em sua janela. Olhando para o mundo. Ele inconformado. Ela plácida, como se não tivesse feito nada de errado, nem de certo. Como se tudo fosse absolutamente normal. Como se nada daquilo pudesse ter sido diferente.

Ela acordou. E não havia tristeza. Nem alegria. Nem medo. Nem dor. Nao tinha sido um sonho especialmente feliz. Nem especialmente triste. Nem especialmente especial. Tinha sido só um sonho.

E desta vez ela não soube quem era ela no sonho. Era a mulher que parte, ou o homem que fica?

Talvez os 2. Sei la.

Então ela entendeu tudo. E decidiu que não dava para ser diferente por quanto. Não era mais hora para chamar, chamar, chamar e chamar para seguir um caminho que, bom, ele não precisava de convites. Nem ela. Eles ja se chamaram o tanto quanto puderam. Gritaram ate não haver mais voz, nem forças, nem nada. Não dava mais para chamar, ela sabia, mas ela decidiu que, por enquanto, ainda também não dava para o taxi partir solo. Porém também não cabia mais ficar aguardando na calcada, lutando com os moinhos de vento.

Por enquanto.

E por enquanto, era so isto mesmo que ela havia decidido. E so isto, ja era muita coisa.

Por enquanto.

Fe Lopes – por enquanto.

Rapidinhas sobre A Menina que Roubava Livros

Queria ter conhecido a Liesel, a roubadora de livros. Queria ter ouvido Hans Huberman tocar acordeão. Queria ter tomado sopa de ervilha da Rosa Huberman. Queria ter visto Rudy ganhar as corridas.

Na verdade, acho que eu não queria ter conhecido a Liesel. Queria ter sido ela e sua vida cheia de palavras. Um livro e um personagem só são bons pra mim quando me capturam de tal modo que quando vejo, eu mesma sou a personagem. Já estou no corpo dela.

Antigamente eu devorava um livro em 1 semana, 2 no maximo. O tempo era o que contava. Hoje em dia, levo semanas, meses as vezes, para terminar um livro. A historia e que me importa. E no geral, fico muito nostálgica dos personagens quando um livro que eu gosto acaba. Durante a leitura vou me apaixonando por eles e dai abro um espaço aqui dentro para que eles se plantem em mim. Rego aos poucos, vejo crescer e tals. Por estas e outras, fico com saudades deles quando o livro acaba. Eles ficam vivos ainda por muito tempo dentro de mim, e fico maluca de não saber mais o que acontece com eles, aonde estão, como estão… Então, como a despedida e inevital, aprendi a ler devagar, assim os acompanho mais um tanto e fico com eles mais um pouquinho junto comigo.

Vença as primeiras paginas não tão encantadoras, q vc não vai se arrepender.


Fe Lopes – também quero uma historia contada pela Morte.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Princesa Olhos D´água

"Leve na lembrança
A singela melodia que eu fiz
Pra ti, ó bem amada
Princesa, olhos d'água
Menina da lua
Quero te ver clara
Clareando a noite intensa deste amor
O céu é teu sorriso
No branco do teu rosto
A irradiar ternura
Quero que desprendas
De qualquer temor que sintas
Tens o teu escudoO teu tear
Tens na mão, querida
A semente
De uma flor que inspira um beijo ardente
Um convite para amar"
Menina Da Lua/ Maria RitaComposição: Renato Mota



Princesa Olhos D´agua chega com seus olhos cristalinos, eternamente vermelhos e mareados. Olhos mareados de quem contem um mar de dores a serem contadas. Mareados de quem naufragou em seus quereres e se apoia em bóias para não afundar. Mareados de quem tem pavor de maremoto, e ao mesmo tempo o deseja, quem sabe as coisas não se movem?

Conta do amor, que era pouco e há muito se acabou. Era pouco, mas era la uma bela boiá a mantê-la longe do afogamento. Era pouco mesmo? Pouco ou não, não importa. Importa que era. Separados há muitos anos, Princesa se assustou com o pedido de divorcio do marido. Agora é pra valer, parece. E parece que ele seguiu, em busca dos seus desejos por aí. E a Princesa?

Princesa se re-sente - e ainda há muito o que re-sentir - e cola-se no menino, nadando abraçada a ele, como se fosse sua (única) boia salva-vidas. E e de fato, menino se torna sua boia - agora menino também ganhou uma função. Ela emerge, enquanto ele vai indo para um oceano de loucura sem fim. Loucura triste, triste loucura a dele.

Não, não fique com raiva da Princesa Olhos D´água!! Ela não faz por mal. Ela nem sabe que faz. Era a morte, e ela escolheu a vida.

Nesta navegação, Princesa e Menino-Boia andam tão coladas que as vezes, ao longe, não distingo quem é quem. E por tantos momentos vou me perguntando de quem eu cuido, hein? - ah, sim, Princesa é minha paciente - E me embaraço nesta rede, sou pescada por ela, quantas e quantas vezes. É preciso um farol, que me lembre qual a direção da navegação.

Não há carta, ou mapas a seguir. E seguimos aí, pelos caminhos do mar. As vezes o mar nos trás o passado, as vezes nos trás o futuro das coisas que não se foi, não se fez, não... as vezes, mais gentil, o mar nos convida a ver o futuro das coisas que podem ser - por que não?

Em nosso último encontro Princesa Olhos D´água derramou um tanto de mar. E se fez chuva em seus olhos, desabotoados, escorrendo dores e lembranças daquelas que queimam conforme se deixam passar pela pele, sabe? Pois bem, escorreu, choveu, com muito custo, muita dor. E eu, que há tempos vinha pensando que havia tanto a chorar por estes olhos sempre chorosos, tive que pedir que ela deixasse chorar! Princesa deixe chorar, que teus olhos já são água há tempos. E eu que, não entendia antes porque não chorar, percebi que quando a lágrima escorre, ela deixa um rastro na pele como tatuagem, e daí não dá para esconder, nem se esconder.

Quando chora Princesa Olhos D´água solta a Boia. Afunda um tiquinho, é verdade, mas pode emergir sem a boia depois. Quando solta a Boia, ela é só Princesa. E a Boia pode, então, ser so Menino - mesmo que por um instante um.

Quando Princesa Olhos D´água saiu pensei que, quem sabe agora ela e o seu desejo de viver outros papéis, possa então ensaiar outros jeitos de habitar seus olhos. Ou talvez sejam os olhos que possam olhar para outros jeitos, de outros jeitos. Vai saber.
Fe Lopes - seguindo junto na navegação.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Muito Prazer: Fe



Eu sempre tive medo da possibilidade de ser careta. E era a patricinha americanizada numa escola cheia de hypiies de boutique. Mas sonhava em andar de calca big.


Eu sempre tive medo de ser careta. E casei de branco, veu e grinalda. Mas de cabelos cacheados. Tudo isto antes mesmo de fazer 25 anos. E na igreja ca-to-li-ca. Com um musico, 17 anos mais velho do que eu, que adora meus tenis coloridos - devia ter casado de tenis.


Eu sempre tive medo de ser careta, e dizia que queria morar sozinha. Mas quando fiquei 3 meses no intercambio morri de saudades da minha familia. Tanto, tanto, que voltei doente. E hoje adoro ficar sozinha na minha casa, tomando uma cerveja e adormecendo no sofa com a tv ligada.


Eu sempre tive medo de ser careta, e falava mal do Freud por aí, porque ele já esta demode. E hoje faco formação em psicanálise - da criança - e análise 2 vezes na semana. Mas continuo detestando este mundinho psi que so conversa entre si.


Eu sempre tive medo de ser careta. Faço analise. Mas tomo ritalina, adoro neurociências e não acho que todo mundo precisa fazer análise na vida.


Eu sempre tive medo de ser careta. Mas na hora de decorar meu consultorio, escolhi a berger - isto mesmo que vc esta pensando, aquela poltrona bem careta. Roxas. Mas sao bergers.



E eu realmente sempre tive medo de ser careta. E dai fui estudar fotografia. E agora, amo fotografar casamentos, assim, bem careta mesmo. A macunaima dos fotografos. E que faz fotos nada caretas, de um evento careta-pequeno-burgues. Faz pq acha que nao tem nada de careta nestes tais ritos de passagem.


Eu sempre tive medo de ser careta. E gosto de livros comuns. E tenho sono em muitos daqueles intelectuais que você sabe bem quais sao. Mas gosto de escrever. E odeio palavras difíceis e a cara daqueles que as dizem.


Eu sempre tive medo de ser careta. E gosto da Shakira, da Madonna. E nao gosto do Funk como Le Gusta - muito me custa! Mas gosto da Laurie Anderson, Merdith Monkey e ate do Milles Davis eu gosto - pq eu, que sempre tive medo de ser careta, achava careta esta coisa intelectualoide de gostar de Milles Davis.


Eu sempre tive pavor de ser careta. E vou ao cinemark com prazer. E detesto filme em que eu nao entendo nada, e que sai todo mundo sem entender, fingindo ter entendido. E detesto tambem filme cheio de gente, passando correndo pela tela. Sento no cinemark, mas quero ver filme europeu.


Eu sempre tive medo de ser careta.

Eu sempre tive medo de ser.
Eu sempre tive medo da minha cara.
Eu sempre tive medo da minha estampa. Criança muito alta, ultima da fila. Fora do peso, precisa emagrecer essa menina. Sempre errada. Sempre errante. Feiosa. Sempre fora do padrão. Nem careta, nem vanguarda, nem nada. Sempre fora de prumo. Tudo tão a frente do tempo, e ela aqui, no consultorio. Que demode.Tantas areas novas, tantas coisas a experimentar, paises a conhecer. E ela aqui, casada. Esta coisa careta. Sempre assim, eu, sem encaixe. Fora do tempo, do compasso. Muito morena pra ser branca. Muito branca pra ser neguinha. Cabelo cacheado. Cabelo ruim. Sempre errada! Vamos alisar, entao? Uma progressiva? Nao, chapinha é careta. Vamos deixar enrrrrrrrolado. Sempre há um jeito certo a seguir, nao ha?


Quer saber?

Puta coisa careta esta de ter medo de ser qualquer coisa, porra.


E quer saber do que mais? Muito prazer, Fe - curtindo muito a sensacao inedita de habitar, deliciosamente, o proprio corpo-mente-espaço-tempo.






Fe Lopes - do all star colorido, a sapatilha prateada, todos servem nos meus pes.

sexta-feira, 13 de março de 2009

R$ 102,00

102,00 reais. Uma blusa descolada, em alguma loja de descolada. Algumas blusas descoladas, na Jose Paulino. Um sapato. Uma compra no supermercado. Mtas frutas e verduras no hortifruti. Umas 90 garrifinhas de H20H. Pouco menos de ¼ do salario da faxineira. 22,00 a mais que a conducao dela.

Dois tanques do meu carro, abastecidos com alcool. Menos que uma troca de oleo. Recauchutagem dos 4 pneus, com troco de uns 20,00. Lavar o carro 6 vezes.

Um mes de estacionamento no consultorio, mais a conta de luz, e ainda sobra pra uns lanchinhos. Menos da metade do valor do condominio. A faxina do consultorio, e um lanche no black dog.

Meio mes de aula de frances. Mais que uma sessao de drenagem – que ja nao faco mais. Com mais 5,00, a mensalidade da danca que eu queria fazer. Fazer o pe e a mao umas 4 vezes. Depilacao umas 3.

Um pouco menos de 1/5 do valor da mensalidade do Sedes. Menos que uma sessao da analise. Deixar o carro 16 vezes no estacionamento da analise – sem lavar.

Metade do cache de assistente de fotografo em um casamento, festa de debutant e afins. Impressao de 235 fotos 10X15, mais o frete. Meu livro sobre fotografia de casamento. 1/3 do valor da Super Terca, do congresso de fotografia. Metade da encadernacao do portfolio. 1/3 da impressao das folhas do portfolio.

Um jantar num restaurante gostoso – sem vinho. 2 almocos num restuarante bacana durante a restaurant week. Uma supervisao, com 2,00 de troco A entrada para a peca Toc-Toc, com estacionamento e um lanchinho depois. 22 garrafas de cerveja em algum barzinho. 103 latinhas de Itaipava. Umas 5 garrafas do vinho branco do Clube do Sommaliers, que eu adoro. Talvez umas 5 de algum prossecco em promocao. Umas 3 de Chandon, com grana para petiscos interessantes.

14 Almocos no refeitorio da clinica.

16 sessoes de atendimento psicologico na clinica, custeados pelo convenio e divididos com a clinica. O pagamento que a clinica me fez no mes de fevereiro.

E eu, bom, eu fico 102 vezes envergonhada – da clinica, de mim, da saude no Brasil, da profissao que eu escolhi, e bla bla bla. 102 vezes decepcionada. 102 vezes frustrada. 102 vezes arrasada. Choro um bocado de umas 102 lagrimas. 102 vezes pensando no futuro, com estes 102,00 no bolso. E vao me surgindo 102 motivos para dizer que eu nao queria q fosse assim.

F. L. – destrocada.