quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Menino-de-Mentira que Sofre de Verdade

Fazem 30 minutos que ele saiu, e eu sigo juntando os cacos dele. Ele saiu quase agora, e eu fiquei aqui, juntando seus caquinhos espalhados pela sala. Vou reunindo com calma, em silencio, com respeito, com carinho, e colocando todos dentro da caixa que guarda um pouco do seu mundo. Caixa-ludica, espaco psiquico, pedacinho dele, que o ajuda a dar contornos a estes e tantos outros caquinhos dele.
Sempre que sai, ele deixa os brinquedos espalhados pela sala, parece que um furacao passou por aqui. Mas desta vez foi diferente. Nao foi furacao. E a mesma bagunca de sempre, que ele anuncia que nao ira guardar, como sempre, mas hoje nao foi como sempre. Hj nao foram so brinquedos q ficaram. Foram cacos, que ele, silencionsamente, pediu para que eu ajudasse a conter, guardar com cuidado, porque se trata de assunto delicado. Guardar assim, para que ele possa pegar quando quiser, quando puder, novamente, um dia desses, ou agorinha. E se precisar, poder se fazer em caquinhos de novo. E eu contive. Fiquei com os cacos. Pra que ele pudesse sair inteiro. Aqui, ele pode se fazer em pedacos. Sao cacos dele.
Primeiros cacos: o touro, que eu tenho que torear. Touro que quer entrar dentro da minha barriga, quer voltar a ser nenem, ficar bem colado comigo, pra eu leva-lo aonde quer que eu va. Touro que quer se certificar que nao tem outros nenens aqui dentro, e que se tem, que ha um lugar – carinhoso e aconchegante – para ele aqui dentro. Posto esta certficacao, esta na hora da batalha: ok, tem espaco ai pra mim, mas sera que eu nao vou te estragar quando entrar ai dentro? E sera q vc vai sobreviver, vai estar ai? Ou tb vai sumir, quando eu te amar???
Ele tem medo de me maxucar com seu amor voraz. E me mata muito, corta bracos, pernas, me faz em pedacos. Eh sempre venceder, truinfal e muito mais forte que eu. Mas nos ultimos tempos temos lutado com as mesmas armas, ele faz questao. E depois de eu questionar o porque de nossa batalha, ele pede para construirmos a ambulancia. E eu me lembro que a questao nao eh a batalha, mas sim sobreviver no tempo e no espaco, na vida de uma crianca que as coisas somem, sem que ela tenha o menor controle. E quando digo coisa, digo familia, pai, mae, irmaos… Vida de crianca abrigada eh de muito complicado. Ele pega a ambulancia, no seu desejo de reparar a mim, a ela, a vida.
E entao iniciamos um velorio, ele passa a assumir um personagem, o Menino-de-
Mentira, nome dado por ele a um dos seus bonecos. O pai do Menino-de-Mentira morreu pq estava sem emprego. Morreu. E a mae tb morreu, mas esta ja fazia tempo. E dai ficou so o menino-de-mentira e o irmao, sozinhos. No cemiterio, Menino-de-mentira leva seu irmao no colo e ambos choram a morte do pai, que o Menino-de-mentira me conta, muito triste e choroso, que este era o pai mais perfeito que ele tivera.
Ja na porta, pergunta se nao pode levar um brinquedo. Faco a cara de que, vc sabe, ta combinado que nao… Mas entendo que ainda sera preciso mesmo me levar muito, na pele de sei la quantos brinquedos, bolachas, paninhos, para poder construer, descobrir e confiar que ele ja me leva, dentro dele – e eu a ele.
Respiro fundo, e penso que a psicologa-de-verdade acha tudo aquilo muito dolorido e muito bonito. E para nao me fazer em pedacos, colo tudo, nesta historia que escrevo aqui sobre Menino-de-Mentira que Sofre de Verdade.
F.L. - Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que e...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Ainda da série de rapidinhas

Rapidinha sobre o blog

Estive pensando que meu blog é bem egocêntrico. Falo de mim e minhas crises patéticas de boteco. Coias que a mim, quando me invadem, de patéticas elas não tem nada. Mesmo que sejam só dilemas pós - adolescentes - as vezes nem pós - de "ou isto ou aquilo". Acontece que é na escrita que me retomo, encontro ancoragem quando me sinto a deriva... ou invadida, tomada, por um mar estranho e assustador de coisas - mesmo que patéticas - que pipocam aqui e ali, dentro de mim.

F.L - crise de consciência?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Rapidinhas

I. Ainda sobre o Ensaio Sobre a Cegueira
A questão, ela me disse, não é em que lugar a Julliane Moore se colocou que o outro não lhe dirigi mais o desejo. A questão é aonde esta o desejo dela? Para onde o olhar dela quer ir, pra onde ELA quer se dirigir?? – e não só ser tragada, levada em função do desejo do outro. Pra onde ela quer ir, então??

E aí, que lente vc vai escolher? A ótica do outro, ou a que se vira pra vc? Qual será seu enquadre?

F.L. – Enquadrar algo sempre exclui algo – é uma escolha. Dura escolha.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Eu tenho medo de Alices Braga

Quando li o Ensaio Sobre a Cegueira, achei o livro fantastico. Ainda vivia numa fase em que queria devorar os livros, e lia tudo muito rapido. Como se o que importasse fosse o tempo... Mas enfim, isto e um outro papo.

Acontece que agora vi o filme. E agora siginifica neste momento da minha vida, da minha historia.

Em uma cena minha mente congelou e meu estomago embrulhou, e no dia seguinte foi dificil almocar. E ate agora, enquanto escrevo, sinto o gosto do enjou na boca. Sem tanto escatologismos assim, acontece que Julliane Moore eh* a unica que ve. Ela eh casada com um medico que ficou cego. Quando a policia vem leva-lo para a quarentena, ela finge q nao ve mais e vai junto com ele. Era impossivel enxergar sem ele. Acontece que la pelas tantas do filme, quando a cegueira ja contaminou um monte de gente, e eles estao presos numa especie de leprosario, Julliane Moore assisti ao seu marido transando com a Alice Braga. E pra mim aquilo foi um soco no estomago.

No tempo em que ficaram confinados, sujos, sem comida, entregues a uma vida quase animal, Julliane Moore assumiu o papel de cuidar de todos. Inclusive do marido. De certa forma, ela saiu do papel de mulher, pois era necessario, talvez, des-sexualizar as cenas, para que ela pudesse, literalmente, limpar a bunda do seu marido. E ele fala isto a ela, pois novamente, estao falando do olhar... ele nao aguenta mais ser olhado por ela como objeto - no devir funcional que ela assume -e nao como homem; e nem aguenta nao se ver refletido como homem nos olhos dela, e ja nao consegue mais ve-la como mulher. Ela, por sua vez, faz o que eh possivel e necessario, ao mesmo tempo que, de certo modo, eh invadida sutilmente pelo gozo de ser a unica que possui algo raro, a unica que nao eh fragil - ao menos ela pensa assim. E ela so se da conta de todas essas coisas, do quao cega ela tb estava, quando assisti a ele comendo, avido, a Alice Braga.

Mas se vc analisar bem o filme, ela ja nao o via antes. Na unica cena em que eles estao enxergando, ele fala com ela e ela nao da muita atencao. Ela nao olhava muito pra ele. Olhava assim, de relance, mas sem interesse genuino nele, nas coisas dele, no universo dele, nem parecia conseguir se deixar invadir por ele, por seu olhar... olhava sem admiracao. Ela olhava de longe. E talvez, sem cegueira, ele tb tivesse comido uma Alice Braga por ai. E sabe, nem sei se ele desejava a Alice Braga. Ele desejava, estava desesperado, por ser visto como homem por uma mulher. A desvalia do desejo mora aqui, pra mim. Quando nao me sinto sendo olhada como mulher. Bom, Alice, mesmo cega, olhou pra ele como homem - pq a gente olha com bem mais coisas do q com os olhos, certo? - e ele foi seduzido por sentir-se homem nos olhos dela. E dai convocado. E dai, bom, dai foi so um passo para a tal cena que daria noh no estomago de qq pessoa q tem uma "relacao estavel" (detesto este nome) com alguem.

Fiquei pensando, com esta cena, sobre o desejo. E sobre como se manter mulher numa relacao. Como nao assumir e se deixar tomar por completo pelo devir dos cuidados, maternal, assexuado, ao qual somos convidadas por nossos parceiros, e por nos mesmas - na tentacao paradoxal do poder sobre o outro.

Como manter e blindar este local sagrado, aonde os amantes sao amantes, aonde os desejos moram. Como cultivar isto. Pq depois de anos juntos, sem hipocresia romantica, as coisas que despertavam desejo no outro e em mim, ja se tornaram, muitas vezes, cotidianas - te vejo nua, te tenho nua ao alcance da minha mao, que penso, talvez amanha, agora nao, tenho sono, tenho fome... - a urgencia nao eh mais a mesma. Mesmo. E acho q isto nao eh um fatalismo meu, acho q eh natural das relacoes estaveis. Cultivar o desejo eh uma arte. Manter-se desajavel outra maior ainda - e isto nada tem a ver com a barriga tanquinho.

Julliane Moore nao deixou de ser desejavel. Ela colocou o seu desejo de lado, pq tb nao se sentia mulher naquele momento. Ver tudo aquilo precisava de uma cegueira. Para si mesma, talvez. Transformar-se em assexuada, talvez. E ela, que ja nao admirava muito a ele, agora o admirava menos ainda. Tinha outras coisas para olhar.

Talvez a admiracao seja uma chave importante do desejo, na manutencao dele... ao menos no meu, sei la.

Lembra do primeiro encontro? Enquanto ele falava, e vc o achava fantastico? E pensava que poderia ouvir ele falar pelo resto da noite?? Nossa, que cara inteligente. E quando ele sorria, vc achava fantastico. As piadas sem graca, o gosto para musica, as comidas, as bobagens... lembra? Agora faz comigo um exercicio maluco, e tenta se ver nos olhos dele. Ele fala e olha pra vc, e o que ele ve? Um olhar absolutamente entregue a ele, encantado, talvez brilhando... e ele vai se alimentando deste teu olhar ai, e fala mais, pq acha delicioso q vc o ache delicioso. Entao ele cresce, se sente o homem mais incrivel do planeta, pq vc esta ali, absorta, entregue ao que ele diz, aos movimentos dele. Ele te penetra e vc esta absolutamente receptivel, sem nem perceber. E dai o mesmo vale para ele olhando vc. Vc le nos olhos dele que ele te desperia ali. Vc acha ele abusado, quando se da conta que ele nem esta ligando para o q vc fala, esta vidrado na sua boca. Vc acha ele abusado, mas se acha a mulher mais gostosa do planeta. Na verdade vc tb, enquanto ele falava sobre as andacas dele pelo mundo, estava imaginando quando ele iria eh andar por vc. Mas nao tem importancia isto. Pq vc se ve nos olhos dele como a mulher mais gostosa do planeta, e ele nos seus. E tudo isto acontece assim, naturalmente. Num primeiro encontro incrivel.

E depois, quando o tempo passa... vem a intimidade, e vc passa a ver que tem la umas coisas nao muito admiraveis nele. E ele em vc. E dai, como faz pra manter o desejo? O olhar? Este lugar aonde vcs sao amantes? Como?

F.L. - tenho medo de Alices Bragas


*eh com h pra vcs saberem que eh um "eh" e nao "e" - sim, estou no notebook.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Don´t you think?

Nao se viam ha anos. E nestes anos, a vida tinha acontecido muito para ambos. Ele ganhou peso, ela ficou mulher. Mas o olhar de meninos timidos, de meninos que fazem bagunca e sao pegos pela mae... este olhar permanecia exatamente o mesmo. Uma timidez muda, como ela sempre definiu o olhar dele.
Acho que primeiro ela se apaixonou pelos olhos. Um amor fragmentado mesmo, mas encantador como sao todos os primeiros amores. E primeiro foi isto mesmo, ela amou muito aqueles olhos translucidos de tao claros, tao incertos, tao inseguros, tao ingenuos. E dai amou a voz. A voz que contava as historias de finais felizes para sempre. Depois amou os cabelos amarelos, baguncados, tolos, desajeitados... como ele todo. E dos cabelos, foi somente um paco, pequeno, para passar a amar ele todo.
E em algum espaco do tempo, eles se encontraram. E se amaram muito mais que muito, incertos, inseguros, timidos, avidos, curiosos, como se amam todos os primeiros amores. E acabou. E o tempo passou. E ela ficou fixada no tempo e nos olhos translucidos por um tempo. Ate que o tempo mesmo se encarregou de leva-la para longe dali.
Nao muito longe, alguns diriam.
E entao, de volta a cidade empoeirada aonde se conheceram, eles se viram. Anos depois, como assinala o inicio desta historia. Ela estava acompanhada da familia toda, da melhor amiga, do marido, dos pais... todos indo visitar aquele lugar esquecido pelo tempo.
E por um instante, o tempo se congelou e ele entrou, leve, pela sala do saloon. Como em um filme de faroeste antigo, tudo pareceu nao se mover. Entrou ele, seus olhos translucidos, sua voz de historias de finais felizes, seus cabelos desajeitados, e sua linda esposa. Entrou sem saber que ela estaria ali. E, sem tempo, os olhos se cruzaram como se fosse obvio. E ela tremeu, e o estomago congelou e pensou, sera que meu cabelo esta arrumado? E ele, quanto tempo, ainda tinha aquele olhar timido mudo, que ela sempre tanto amou.
E porque parecia obvio, um nao conseguia desgrudar os olhos dos olhos do outro - olhos translucidos, diz a velha lenda, sao apaixonadas por olhos de noite escura - e por horas e horas os olhos foram seguindo um ao outro, sorvendo os pedacos do corpo, fazendo amor assim, a distancia, calados, timidos, mudos. Apaixonados, como sempre. Tragados, como sempre, por este lugar no tempo em que o tempo parecia nao passar.
Ela foi assinar o livro de presenca no bar - porque um bar tem livro de presenca? - e entao, ele veio atras dela. Ela sabia q era ele. E ele colocou a mao por dentro da blusa dela. Em suas costas. A mesma mao que ha tempos, insegura e lepida, procurava conhecer o corpo dela. Colocou a mao e deixou la. Um segundo de eternidade. E ela tremia, e suava e deliriva. Um encontro no tempo, sem tempo para acabar, era so isto que ela queria. So mais um e fim, ela jurava, e jurava que depois deste, moveria-se no tempo em direcao a um novo tempo.
E estranho, ela sabia que mao em suas costas era dele. Sentia seu cheiro em seu pescoco, praticamente via seus olhos por sobre seus ombros. Mas ao mesmo tempo, que coisa, lhe parecia a mao do marido. Pq ele, ele nao era homem de mao nas costas, delicadeza, carinhos, afetos. Nao assim. Este era seu marido-porto-seguro do curso do seu rio. Isn't ironic, don't you think?
Enfim, estranho ou nao, ele se foi, mudo. E mudos, marcaram este encontro. Abril era a data, e ela queria que o tempo passasse rapido, ate re-ver, re-ter aqueles olhos por mais um tempo. Ironic, abril... o mes da mentira. Das mentiras que se sustentam no tempo, se controem no tempo, e com tempo se sedimentam nas neuroses de mentira, que mantemos, mentirosos, como diques, para nao olharmos para o fato de que, o tempo, que ironic, passou. E ja nao e sem tempo o tempo de perceber que, que ironic, esta historia nao foi este encanto todo que por tanto tempo, ela desejou que fosse. Foi so um tempo.
F. - sonhos malucos; as saudades daquilo que eu queria ter vivido; e as ironias do tempo.
P.S.: Nao, eu nao desisti de usar acentos. Mas e que meu teclado do notebook nao coloca acentos...

Pra onde seu olhar te leva?


domingo, 1 de fevereiro de 2009

Amores Burocráticos

As vezes eu penso que tudo pode se tornar burocrático. E na medida em que se torna burocrático, fica chato, opaco. Sem graça.
Amar pode ser burocrático.
Não é que vc deixou de amar o cara, mas é que, sei lá, ficou assim, burocrático.
Burocracia não dá tesão. Precisa fazer esforço pra ser bom. E tesão não combina com fazer esforço - não neste momento, eu quero dizer.
Entenda, não é que eu deixei de gostar de ser psicóloga. Eu continuo me interessando pelas histórias, pelas vidas, pela saúde, pelos fenômenos humanos e por mais o que vc quiser que eu me interesse. Mas é morno.
No quinto ano eu fiz estágio na enfermaria pediátrica do Emilio Ribas, psicóloga-hospitalar-jaleco branco e tudo mais. E detestei. Pensei, sei lá, quem sabe no ambulatório eu curtisse mais? Detestei. Ok, mas gosto de trabalhar com crianças, então, quem sabe, atender crianças, hã? Aprimoramento na ACTC. Detestei. Entenda, quando digo que eu detestei, não é que eu detestei propriamente dito. Mas é aquela coisa que vc precisa cavar algo que vc goste naquela cena, e dizer, bom, aqui, neste pedacinho, eu sou feliz. Daí, continuando, eu fui pro Sedes, estudar crianças, porque realmente gosto de trabalhar com crianças - leia-se: gosto do universo infantil, dos brinquedos e das possibilidades criativas que o atendimento com crianças me proporciona - e, como uma criança, fiz 2 amigas maravilhosas, q me fazem esperar, como criança, o dia de ir ao Sedes e encontrá-las.
As vezes eu tenho a impressão que continuo na psicologia porque ainda não sei o que me fez entrar nela. Até descobrir, não posso sair.
Não quero mais viver de quem sabe agora eu me apaixono. Assusta, eu sei. Eu sempre mostrei muito que sou muito apaixonada pela psicologia. Pq eu até sou mesmo. Mas acho que não sou apaixonada por ser psicóloga. Sei lá. Pode ser só mais um bode momentaneo, mas enfim... o blog é meu e eu posso ir e vir no que digo sem me preocupar muito em ser cooerente.
A verdade é que a fotografia me arrebata a cada dia, um pouco muito mais. E vou sorvendo, amando, primeiro no deslumbre das novas paixões, depois numa coisa calma, amor antigo, daqueles que parecem que sempre estiveram aí, e vc não via, não ligava. Mas estavam lá, a vida toda, te espreitando. Até que um dia, bum, vc vê e é fantástico! E as coisas mais tolas parecem fazer sentido e vc se pergunta como não tinha visto isto antes? E vcs parecem que se conhecem a tanto tempo...
Minha analista disse uma vez desta coisa de idealizar a relação com a fotografia. Ela falou num outro contexto, mas eu entendi, e vou cuidando, pra que isto não entre no hall das minhas atuações intempestivas. Mas sabe, até tédio eu já sinto na minha rotina fotográfica. Sono as vezes. Não gosto de algumas coisas, de alguns trabalhos. Estas coisas que a gente sente no dia a dia de um trabalho, normal pacas, em que tem dias que é legal, dias que não. Um amor humano, um pouco menos idealizado, eu penso, q no ano passado. Agora eu tenho mesmo é delirado de desejo de fazer, imagina só, um TCC só sobre a fotografia!

F. - dilemas éticos de fim de noite de botequim sem cerveja