A pergunta dela fica ecoando na minha cabeça, mas e vc, o que esta sentindo agora? Parece pedrinha que vc joga no lago e daí formam aqueles circulos, sabe?
Sentindo
Agora
Vc
o que?
E continuo com um enigma de esfinge, que por hora continua a me devorar aos pedacinhos, bem pequininhos. E eu penso na preguiça que me dá tudo isto. E penso que não era para ter preguiça. Mas sei lá, é só preguiça mesmo. Olha dona esfinge, quer vir me devorar, fica a vontade. Eu não vou brigar. Não por isto. Tenho preguiça de brigar. Agora só não faz muito barulho, combinado?
Eu combino comigo mesma que esta tudo bem. Mas não esta nada bem. Na verdade, eu combino comingo mesma que eu quero que vc se foda. Vc, suas verdades imbecis, suas cores idiotas, suas insinuações criminosas, vc e tudo aquilo que te torna hoje a pessoa mais patética que eu já conheci. Mas eu não digo nada disto pra vc - e vc não me lê mesmo - até porque, provavel que daqui uns dias tudo isto eu já tenha esquecido, enquanto me aninho no seu abraço - mas hoje isto parece tão distante... Na verdade, não digo nada disto porque não sei dizer. Não sei nem como. Na hora é só o abismo, e eu tenho vertigem de altura. Pavor. Fujo rapidinho, cruzo a ponte e deixo vc falando sozinho. E naquele momento vc é vc, vc é meu pai, minha mãe, meus chefes... todos aqueles que falaram, falaram, e eu não briguei. E só fiz o que eu achava certo. Sem pudor. E neste caso, nem se trata de fazer isto ou aquilo, se trata de pensar. Vc diz, diz, diz, pensa, acusa, fala, fala... e eu continuo pensando a mesma coisa. É como se eu entrasse, olha só, num óvulo impenetrável, e vc ficasse ali, batendo cabeça, falando, falando, falando, sem a menor chance de penetrar. Nada. Pode esquecer. Tem diu, camisinha, pílula. Sem chance de fertilizar meu terreno. Fica aí falando, eu fico aqui fingindo que tô ouvindo, blindada pra não me afetar. Mais uma palavra, e entro em stand by, naquele lugar em que nem lembrar o que vc dizia eu vou conseguir.
Mas o foda é a cicatriz. Pq eu não digo o quanto eu queria que vc morresse agora, mas eu penso. E pensamento tem corpo, tem alma, caminha pela casa. Neste momento moramos aqui eu, vc, os teus e os meus pensamentos mortíferos em relação a vc. E estes pensamentos produzem cicatrizes. Estes pensamentos, e as palavras - as ditas, e também as silenciadas - que saem violentamente da sua boca - e as que permanecem, sem saber sair, da minha. E cicatriz é uma coisa chata, tem que cuidar, olhar, pensar... um saco. E daí eu vou ter que ficar lambendo a minha, até passar. Porque nesta hora somos dois bem diferentes. Enquanto vc diz - ou finge - que tudo não passou de nada, eu fico ali, re-sentindo tudo, um tempo, mais outro, mais outro.
E vc, o que esta sentindo agora?
F. L. - its hard to be me
4 comentários:
Caramba! Se essa pessoa ler isso, e continuar vivo...será um herói, vc cometeu um homicidio escrito..rs.
Tem algum rancor guardado aí né?
Espero que seja apenas obra literária e nada pessoal!
Caramba! Meu aniversário é dia 28, ja pensou que presente bacana? Ter um texto selecionado?
hahaha!! Tava o email da minha mãe aqui...ela entrou e nem troquei.
Hmmm... dificil, senhorita.
Bem escrito, mas não resolve o problema: continua sendo mto "hard" tudo isso!!!
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