domingo, 3 de janeiro de 2010

Avô - as co-relações

É claro que agora a gente relaciona tudo com o fato do meu avô estar na UTI. Mas realmente teve um fato curioso. Já é o segundo ano que eu, meus pais, minha irmã e minha sogra vamos passar o reveillon na praia. Desta vez a minha irmã, que é uma dessas criaturas bem sensíves e antenada com estas coisas sensitivas, me ligou falando pra que a gente fosse até a casa dos nossos avós antes de viajar, assim poderiamos nos despedir deles. Na hora eu pensei nossa, mas pra que, vamos ficar só 1 semana fora... Mas topei, achei importante. Não gosto muito desta coisa de passar as festas separada da família toda, então achei que seria um jeito de estar com eles também. 

Foi divertido, comemos pasteis, lanchinho, ele disse que eu estava bonita, perguntou aonde eu tinha ido tão bonita com aquele vestido longo - estou numa fase azul que não passa de jeito algum - e que minhas unhas azuis que usei no Natal - q ele achava que eram verdes - teriam combinado com aquela roupa. Eu dei risada. Daí ficamos falando, de como ele bateu a perna na mesinha de centro no dia do de Natal, das manchinas roxas no braço dele, então começamos a contar histórias do passado, e daí ele falou da minha avó e dos recentes 58 anos de casados deles. Assim foi o jantar, bem gostoso. Minha avó ainda fritou mais pasteis de queijo pra eu trazer pro meu marido. Na hora de ir embora ele disse que gostava muito mim, e falou pra gente ter juízo sempre.

A minha irmã relacionou estas coisas com talvez, um jeito de se despedir de nós duas, como se ele já soubesse que algo estava para acontecer. Não sei se foi isto mesmo. Mas foi bonito. E com certeza, a sensação de que tive um encontro com ele antes de tudo isto. E se de fato ele se for agora, eu sei que estive lá. E pude ouvir dele o quanto ele me gosta, me acha bonita, e me cuidará sempre.

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