domingo, 18 de janeiro de 2009

Texto apropriado para o momento

15/01/2007 - Saudades da bolha

As vezes, ele dizia a ela, o autismo é necessário. Não daqueles que não se conversa com ninguém, nem com-si-mesmo. Mas destes autismos-momentos-de-solidão. Daqueles em que falar com ninguém é uma dadiva. Encontrar ninguém. Esquecer q tem corpo, mente, braço, perna, boca, coração, sangue... Entregar-se a solidão solitária daqueles momentos vãos, que se abrem assim mesmo, como vãos... por onde passa o corpo, a mente, escorrendo gelatinosamente, longe dos olhos, mais longe ainda dos corações. O silêncio que se impõe na reclusão necessária da e para a alma. Momento do sem-sentimento. As vezes sentir se esgota, se enjoa, se entedia de si mesmo!
E então nada mais delicioso que o torpor do nada, que adentra visceras, sem pudor algum, apagando todo e qualquer rastro de existência de qualquer coisa alguma. Só por alguns segundos mudos, em que o relógio parece não caminhar. Aliás, tudo parece não existir. Nem eu. Ou só eu, sei lá. Só por alguns segundos e então, tudo se (des)encaminha e se vincula aos seus sentidos, significados, sensações, emoções, voltando aos seus lugares mesmos, porém revigorados, oxigenados por este breve segundo de imensa-solitária-solidão-introspecção, que re-trazem vida a vida mesma e suas mesmices de sempre.
[suspiro]

Um comentário:

Anônimo disse...

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