Eu tô nessa fase, né? De me despedir de mais um lugar de trabalho. Um ano muito inteso aqui, muitos atendimentos, muito aprendizado, uma grande amizade que já se desligou - e que sem duvida a sua saída acelerou a minha, por assim dizer.
Tô cheia de justificativas coerentes, corretas, tudo muito certo na minha cabeça. E sempre parece que é mais fácil dessa vez. Acontece que eu preciso odiar alguma coisa pra dizer adeus, eu acho. Pelo menos alguma coisinha tem q ser odiosa. E só o fato de ganhar mal e as cadeiras serem feias - e eu descobrir q não gosto de trabalhar em lugar feio, qdo o feio significa abandono, desleixo - não é suficiente. Tem que odiar alguém, uma pessoa maldita, filha da puta, a culpa é dela. Tá, já achei um ódio-muleta, q não é bem um ódio, mas tá servindo. Mas é pouco, tão pouco, judiação. Tão pouco que fica patético. Patético e não se sustenta. E daí, quando uma das poucas pessoas com quem mantenho uma relação afetiva me diz que as portas vão estar sempre abertas, e que vc sai de um trabalho, mas não quer dizer que os vínculos se encerram aqui... eu faço papelão, desmonto a muralha e choro. Puta que pariu. Que droga. Nao queria que fosse assim. Nem eu, nem a situação.
Mas chorar também é estar a altura dos acontecimentos, não é? Pois é! E eu tô só começando a chorar. E estar a altura dos acontecimentos neste momento é bancar as escolhas, sem precisar de subterfugios odiosos para sustentâ-las. Em outras palavras, assumir que sair deste trabalho é por mim, por uma opção de vida - que pode ser momentânea - e não porque existe alguém que... Existe sim alguém. E este alguém sou eu. Bancando os desejos e as consequencias deles.
E quer saber? Eu não queria que fosse assim. Mas é. É pq eu sou assim. Ponto.
F.L. - vai encarar?
Um comentário:
Rs... saindo de novo? E que passa agora? Indo pra algum lugar? Ou só indo embora de algo?
(gostei da referência à manter-se à altura... rs...)
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