quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sapatinhos de Cristal pelo mundo a fora

Comecei no meu trabalho novo. E meu batismo foi na reunião de equipe - sim, tem!!! Apesar de já ter ido a clínica algumas vezes, o que me fez sentir um pouco aonde estaria pisando, saí de casa um pouco tensa com quem iria encontrar, como deveria ir vestida e outros tantos bla bla blas bobocas, mas que são homericos em primeiros dias de trabalho.
A reunião de equipe acontece em uma sala de fisioterapia, com aquelas bolas grandonas, colchões... e todos, coordenadores, sócios, administrativo, terapeutas... todos devem entrar sem sapatos!!!!! Sem a menor crise, tinha gente ali até de meia com furinho, sabe? Nesta hora, pensei: um local aonde a reunião de equipe é sem sapatos só pode ser um bom lugar pra se trabalhar.
Explico da onde vem a teoria:
Eu chego em casa, todos os dias e a primeira coisa que faço é tirar os sapatos. Gosto de andar descalça desde que me conheço por gente. Então não tenho dúvidas, tiro o sapato ali na porta mesmo, e daí eles vão, gentilmente, fazendo uma pirâmide até a Lu vir e movê-los para o quarto. Quando não tiro na porta, tiro na entrada do quarto. Ou então, largo eles pela casa... no corredor, no banheiro, as vezes um longe do outro... vou deixando meu rastro, feito João e Maria, meus sapatinhos de cristal, para que o meu príncipe de todos os dias venha re-ver se cabe nos meus pés e novamente, com surpresa, re-lembre que eu sou a sua cinderela.
Na realidade, mais do que esta questão os contos de fadas, tirar os sapatos tem um significado importante pra mim. Por muito tempo queria casar descalça. Mas não era simplesmente ir descalça, era algo teatral. Queria que a porta da igreja se abrisse e então eu, cenicamente, tiraria meus sapatos e deixaria ali na porta. Não sei bem como colocar em palavras o que este ato representa pra mim, mas penso que tirar os sapatos é como dizer: é isto, esta sou eu. E tirar os sapatos na porta da igreja seria, pra mim, uma cena de entrega e de coragem: me lanço a você, a mim e nós sem saltos altos, sem amarras, com os pés verdadeiramente no chão.
No fim, acabei casando de sapato mesmo. Fiquei com vergonha de fazer esta cena, e fiquei com medo que ninguém compreendesse. Entretanto, repito ela, simbolica-ritual-e-inconscientimente, every single day quando entro em casa. Pra vc, meu amor, eu chego sempre descalça!
F.L. - sem sapatos

Um comentário:

Jú Pacheco disse...

Rsrsrrs... adorei!
Que onda dos sapatos não?
rs...
E que bom que sua equipe faz reunião sem sapatos!!
Precisamos nos ver pra vc me contar como anda indo!