A duplicidade de Vênus *
Sobre o chão de Vênus
mãos, braços e pernas
onde outrora derreteram-se
mergulhados no infinito,
solidificam-se.
Os lábios de mágico mel,
conhecem agora o gosto acre esalgado
das lágrimas,
que deságuam na boca, e que escorrem
va-
ga
-ro
-sa
-men
-te pelo rosto,
nascidas do canto dos olhos
que se um dia brilharam de encanto,
agora,
mareados, opacos, molhados.
“...e do riso,
fez-se o pranto...”
Involuntariamente
escorre pelo chão de Vênus
o músculo involuntário.
E o corpo dança no ritmo da mais triste bossa nova.
E na dança pulsa,
tristemente,
o corpo pulsa
Dor. Dor. Dor...
Sobre o mesmo chão onde um dia,
fez-se amor em Vênus,
faz-se agora
Fim de caso.
F.L. - *poema meu, escrito em jun/2000, publicado em uma antologia poética de novos autores em 2003...
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