segunda-feira, 12 de março de 2012

Lavínia estreia amanhã o seu primeiro ensaio fotográfico!!!


É amanhã!!!!



Venham me visitar aqui no blog da Tia Fê Lopes, 
que com certeza ela vai colocar alguma foto bem fofa minha por aqui!


Da série, adoro fotografar bebês!!!
Amanhã conto pra vcs como foi!!!


Beijos
Fe Lopes
www.felopes.com.br


*Em breve, meu blog só de fotografia*
Por enquanto, acompanhe por aqui e no facebook!

terça-feira, 6 de março de 2012

2012, Deixa a Menina.

Eu e meu Avô, que tava querendo devorar a minha bochecha!


Muitos meses se passaram, e a menina tá aí, virando Fê Lopes! Ou a Fê Lopes tá aí, deixando a menina pra trás! Eita processo longo, delicado, mas que eu tenho feito com maior empenho esse tempo todo. Esta valendo a pena, isso eu posso dizer.

E pois é, voltei para o blog, menina!!! Em breve o blog vai ter roupa nova, pra combinar com a nova fase da minha vida. Aliás, em breve muitas novidades: um site dedicado ao meu trabalho como fotógrafa, um blog somente sobre fotografia, uma fan page no facebook... Ui, tô ficando chique, veja só! Eu que não vejo a hora de colocar aqui todas essas novidades, mas tenho que sossegar o facho que tudo na hora certa.

E pra você que está entrando aqui pela primeira vez,  você que é meu cliente de fotografia e veio parar aqui e tá se perguntando, quecoissaéessa?, ou mesmo você que já visitou este blog antes e esta pensando sobre o titulo do post, aqui vai a explicação.  Essa frase era do meu avô, que  sempre dizia pra quem fosse brigar comigo: Deixa a Menina! Quando eu era criança isso virou um bordão na família. Mas cá entre nós, ele falou isso até eu ser bem grande ainda. E sabe, repensando sobre qual seria a função deste espaço nesse novo momento de vida, eu entendi que deveria usar o meu blog pessoal pra deixar a Menina falar do que ela quiser, do jeito que quiser, e claro, pra quem quiser ler.

Aqui vc vai encontrar de tudo um pouco: contos que escrevi - e escreverei, espero - fotos autorais que fiz por ai - e farei, também espero - divagações, textos bem pessoais de momentos diferentes da minha vida, coisas sobre arte, cronicas da vida cotidiana, psicocoisas - por que não? -  textos e fotos bacanas que vi por aí...

É isso. Nesse blog vc vai encontrar um pouco de tudo, e muito de mim. Isso eu garanto.

Beijo, e deixa a Menina!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Aos 29, a menina vira Fe Lopes

Muito silêncio esse ano. Poucas palavras aqui, um milhão de coisas na cabeça e muitas imagens pelo mundo afora. Tudo indo bem, diga-se de passagem.

Mas hoje, bem hoje, me deu saudades disso aqui e de falar aqui.

Porque hoje, 15 de Agosto de 2011, é um dia que falta bem pouco. Bem pouco pros meus vinteenoveanos e pra menina-que-quer-ser-escritora, virar, de vez, Fe Lopes - mas isso é assunto pra um próximo post, muito em breve.

Das lições que eu venho tirando nesse 1 ano de tantas mudanças na minha vida, sem dúvida a principal agora é:

Aos 30 somos melhores - como já diria a Ju Pacheco

E eu arrisco dizer que aos quase-30 somos, então, cada vez mais nós mesmas.

Fe Lopes

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

No veneno.

fonte da imagem: http://www.vidabesta.com/telas/canvas/veneno.jpg


"Na boca de quem apoia,
desova e se orgulha da honestidade que nunca foi posta a prova
Eu queria te ver lá, tiriça
Pra ver onde você ia enfiar essa merda do teu senso de justiça."
Emicida - Cê lá faz idéia.

Fe Lopes - no veneno.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Album de fotografia

"de todas as coisas eu espero que você permaneça em mim."
Letuce

Hj, nesse dia que anda com preguiça de acordar, fiquei pensado muito sobre memória. Aquele lugar onde vc guarda as coisas importantes que aconteceram na sua vida.

Uma grande preocupação que tenho é com as marcas que vou deixar naqueles que passam pela minha vida, e nas vidas pelas quais eu passo. As marcas que vou deixar na sua memória. Como vc vai lembrar de mim? Do tempo que estivemos juntos? De todas as coisas, como diz a frase da música Binoculos do Letuce, poder permanecer como uma memória de contornos agradaveis na vida do outro é o que eu prezo mais.

E sabe, poder ter o outro dentro de mim como uma memória boa, também me é muito caro. Eu faço maior esforço pra não contaminar minhas memórias com rancor, com raiva. Memórias raivosas e rancorosas me entristecem muito. Me entristecem com a pessoa, com a memória, e comigo. Principalmente comigo, quando penso que eu estive ali construindo aquelas memórias - e se elas eram tristes, pq estive ali? Por isso que eu tento guardar num lugar escondido do meu ódio os momentos bons que tive com cada pessoa, aqueles que faziam valer a pena estar junto. As boas trocas, o crescimento que resultou. Defendo meus objetos bons dentro de mim com bastante empenho, sabe? É uma coisa que eu me orgulho de fazer.

Fe Lopes - meio triste. só meio.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

E vc? Quando vai casar com vc mesma?


A minha vassoura dessa mesma linha!

O ano começou tem 28 dias.

E pra começar bem o ano, resolvi citar M.:

Enquanto eu falava sobre qual cor será a parede da sala, do quarto, como vou fazer o piso da varanda, e principalmente da minha vassoura pink de bolinhas brancas, ela me diz assim, cortante e com um sorriso na voz:

"Quer dizer que vc esta casando com vc mesma?"

Sim, estou. Por enquanto cuidando do meu enxoval delirante. Decorando cada pedacinho da casa. Tudo ainda na fantasia. Uma curtição.

Saí animada da sala de M. Feliz com a conquista de ter tido coragem de ampliar o meu universo de possibilidades, porque mesmo com todas as dificuldades que isso me trouxe, ter atingido a possibilidade de casar comigo mesma é incrível. 

... é preciso que te ocupes contigo mesmo, que não te equeças de ti mesmo, que tenhas cuidado contigo mesmo.

(Foucault)
 
Fe Lopes - noiva de si mesma.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Patinho - e vc, tem fome de que?

Pra celebrar a comilança de fim de ano!

Texto criado durante as oficinas do Marcelino Freire. Elaborado a partir da primeira frase enviada pela autora Ivana Arruda Leite (em itálico), que também colaborou com a edição final do conto.

Patinho

O amor vem de um lugar muito fundo e escuro, doutor. É lá que ele nasce, é lá que deve morrer*. Foi assim com o Antero. Homem lindo, macio, era um filé o Antero. A gente falava assim na época, sabe? Pois é, amei muito ele, já disse pro senhor. Amei 17 anos e 4 meses. Quando ele me conheceu eu ainda usava saia plissada. A mesma que ele tirou no décimo segundo encontro. Papai tinha ido abastecer o açougue e mamãe passava o dia atrás do caixa. Casa vazia, saia no chão. O resultado, doutor? Nove meses depois a saia plissada não servia mais. Culpa da Marina, aquela mais alta ali na foto. Nasceu de fórceps. 2kg e 900gm. Ficou linda vestida de daminha no nosso casamento: vestido godê, saia de tule. Ela adorava contar isso na escola. Era a única da sala que assistiu o casamento dos pais. Falava com a boca cheia. Aqui? Não, aqui ela não vem me ver, doutor. Nem pra trazer algo pra comer, nada. O senhor já viu a lavagem que servem aqui? Dia de festa quando tem um bifinho. E vem duro que nem sola de sapato. Detesto carne dura.

Marina era muito apegada ao pai. Não entendeu o que aconteceu. Contratou aquele advogado de gel no cabelo e calça risca de giz, o senhor viu, não viu? Deve ter feito até empréstimo pra pagar. Minha filha não olhou uma vez pra mim no julgamento. Me condenou antes da sentença, o senhor sabe disso, não sabe doutor? Já chorei tanto por isso que secou.

Marina chegou em casa logo depois que eu tinha limpado a cozinha. Acho que ela sabia da Helena, aquela piranhazinha loira. Se não fosse a Helena... Amiga de colégio da Marina. Fiz muito bolo de cenoura pro café da tarde delas. Sempre gostei de cozinhar, já disse ao senhor? Helena adorava meus bolos, frequentou lá em casa desde quando elas ainda usavam vestidinho amarelo, aquele do uniforme das madres, sabe? Helena era da família já. O problema começou quando elas passaram a usar saia plissada pra ir pra escola. Helena, carne dura e cor de rosinha à mostra no sofá da sala. Antero era doido por saia plissada. Tirou a minha no décimo segundo encontro, já disse isso pro senhor. Tirou a da Helena no décimo segundo aniversário da Marina. Doze era o numero da sorte dele, ele sempre dizia isso.

Eu sempre soube, doutor. Trancava a porta do quarto e ligava a TV naqueles programas de culinária que passam à tarde, sabe? Na quarta receita a Helena já estava fechando o portão. Esse livro aqui é todinho das receitas que eu anotei, o senhor quer dar uma olhada?

Helena era boa menina, não reclamava. Acho que ela gostava, isso sim. Quem não gostava de Antero? Helena nunca me enganou. E eu não me importava porque depois era minha vez. Ele vinha doido pra me comer. Até tapa na cara me dava. Acho que era pra me amaciar. E eu ia trabalhar de óculos escuros no dia seguinte, orgulhosa. Ah, Antero, amei tanto ele, doutor, senhor não imagina quanto.

Foi na feijoada do Zé que eu percebi que a saia plissada não servia mais na Helena. As carnes tudo saindo pelo zíper. O pai dela disse que ia denunciar pra polícia. Antero ficou louco. Era um menino, doutor! A desgraçada ia ter um menino. Antero era doido pra ter filho homem e eu era oca de homem. Deus não foi bom comigo. Antero fez as malas naquela noite mesmo, antes do jantar.

Na feijoada eu o vi falando pro pai da Helena que ia criar o menino, que tava apaixonado, ia morar com ela, o senhor acredita? Helena sorriu. Não disse que ela gostava, aquela piranhazinha? Lá mesmo na feijoada ele falou pra mim que ia me largar pra ficar com ela. Eu deixei a costelinha no prato, limpei a boca e fui pra casa. Antero foi logo atrás, pegou uma mala no armário e foi colocando as roupas. E eu colocando batatas na panela de pressão. Chamei ele pra jantar, ele disse que da minha comida não ia comer mais. O que aquela lá vai te dar pra comer, Antero? Carne dura, cor de rosa e sem banha, ele me disse assim, seco, duro de engolir, viu doutor. Daí ele foi pro quartinho dos fundos. E eu fui adiantando o molho da carne: azeite, alho, cebola e coloquei alecrim pra deixar perfumado. Não gosto de carne dura. Antero ia embora. Ia sem jantar. Patinho com batatas, molho de alecrim e arroz branco. Coloquei a receita no livro, bem aqui.

Marina chegou quando eu tava enterrando os ossos. As costelas eu dei pro Faísca. Ela chamou a policia. Marina é vegetariana, contei pro senhor? A Helena perdeu o bebê e também virou vegetariana.

Foi isso que aconteceu naquele dia, doutor. E é por isso que eu estou aqui comendo essa lavagem que não se dá nem pros porcos. Troco umas receitas com a Marta, a moça que tranca as portas aqui. Ela acabou de casar mas não sabe cozinhar. Mulher casada tem que saber cozinhar, não é doutor? Marta até fez um xerox do meu livro de receitas, a danadinha! Daí fez esta moela a milanesa e me trouxe pra provar. Que gentileza, não é doutor? Quer uma? Tá bem molinha. Já disse que não gosto de carne dura, não disse?

Fe Lopes - A gente não quer só comida.