[ao som de Carla Bruni]
Hoje fui ver a exposição Cuide de Você, da Sophie Calle - acaba amanhã. E como sempre acontece quando eu conheço algum artista, fico profundamente encantada em conhecer alguém que vive de arte. Salta dos blogs e escreve livros, por exemplo. Ou então sai do Ateliê e tem seus quadros em Galerias. Acho incrível, fico fascinada... querendo entender como pode, hein? Na verdade, acho que o que queria entender é "como eu posso também?!"
Como a exposição tratava do final do relacionamento de Sophie, um tema tão pessoal, eu me senti bem próxima dela. E talvez porque ela usa o tempo todo a palavra e a imagem para compor sua arte. E estas são as plataformas artísticas que eu mais uso. Daí fiquei ali, por 3 horas tentando entender como Sophie se transformou em Sophie, pensando qual seria o seu processo para ser artista. Quando ela percebeu que era artista? Quando ela cruzou a fronteira da pessoa criativa, para a de artista? O que define o artista como tal?
Pois bem, foram 3 horas absolutamente apaixonada por ela. Assim, passadas delicadamente, bem devagar... Olhando as fotos na parede, tentando usar meu francês pra traduzir os textos, daí comparar com a tradução que tinha lá, vendo os vídeos e olhando as pessoas que passavam, suas roupas, seus cortes de cabelo. Ouvindo as conversas, as opniões. Porque as pessoas que frequentam exposições de arte são uma outra exposição. É muito gostoso se deixar levar por quem será que são aquelas pessoas e porque estão ali. O que será que estão pensando. E olha, 3 horas foi pouco! Ficaria mais, não fosse minha irmã adolescente e seu olhar desolado/assustado quando, após sentar no chão e ler pacientemente comigo todo o caderno de traduções, ainda perceber que eu queria mesmo ver todos os vídeos da exposição - achei que ir sem ver todos era um bom jeito de pensar que não, vc nunca consegue apreender tudo mesmo.
Saí de lá com a sensação que esta na hora de me posicionar claramente frente aos meus desejos e delírios artísticos!! Já tinha sentido algo parecido quando conheci uma escritora há uns anos atrás, algo que achei incrível! Me apaixonei por ela, seus chás cheirosos, seu escritório repleto de livros e sua mesa de madeira. Ver que um escritor poderia ser alguém assim, como você e eu foi algo incrível. E estes dias quando folheava a Trip tive a mesma sensação. Uma fotógrafa de uns 25 anos - lindíssima, diga-se de passagem - é quem aparece no ensaio sensual da Trip, o que seria banal, se não fosse o fato das fotos serem auto-retratos. Ou seja, bem mais que um mero ensaio sensual de uma menininha bonita. Mas algo triplamente assinado: pelo corpo dela - teu corpo, aquilo que vc tem de mais pessoal - pelo recorte fotográfico - teu olhar - e pela produção do ensaio - tuas idéias. Tudo isto em fotos tão idílicas que me deram vontade produzir algo semelhante - vai lá ver http://revistatrip.uol.com.br/revista/180/trip-girls/luciana-dal-ri.html
Quero estudar história da arte, estudar mais sobre fotografia, sobre cinema, fazer curso de produção literária... quero, cada vez mais, enfiar a cara na arte. Respirar arte. Comer arte. Viver de arte - e aqui cabe a psicanálise, pq realmente vejo o consultório como um fazer artístico, mas isto é papo para outro dia...
F.L. - eu vou cuidar de mim!
3 comentários:
Que delícia essa vontade!! corra Lola, corra!!
Vá em frente, não pare. Boa Sorte.
bjãoo!
Tbém achei fuerte a vontade... até me deu meio um medinho! rs...
Qto à exposição, eu não fui, acredita?! Mas fui ver, em compensação, Anticristo. Já viu!? Muuuito fo-da, mas é paulada na nuca. Tem que ver qdo estiver super-hiper-bem.
Ah! E eu tbém ando aos montes com a Bruni!! rs...
oi fê, como vai?
sempre sumindo e reaparecendo, mas continuo aqui, na loucura, na correria... beijos!
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